
As 15 maiores músicas do Racionais MC’s; confira especial

As 15 maiores músicas do Racionais MC’s; confira especial
Mais importante grupo de rap da história do Brasil, o Racionais MC's contribuiu para a formação de uma geração inteira com suas letras e músicas

Mais importante grupo de rap da história do Brasil, o Racionais MC’s contribuiu para a formação de uma geração inteira com suas letras e canções. Hoje, vamos relembrar as 15 maiores músicas do Racionais MC’s.
Sobre o Racionais MC’s
Como conta o site da produtora oficial do grupo, a Boogie Naipe, o Racionais MC’s foi formado em 1989 por quatro jovens negros da periferia de São Paulo: DC Brown – que em pouco tempo começou a ser chamado pelos fãs de Mano Brown – companheiro inseparável de Nego Blue – que passou a ser chamado de “Ice Blue” – e que moram até os dias de hoje no extremo sul da zona sul, regional do Capão Redondo, se uniram ao “Kl Nigth” – depois DJ Kl Jay e “Edi Nigth”, hoje Edi Rock, da zona norte.
O nome do grupo faz referência ao disco “Tim Maia Racional”, de 1975. Na zona sul, Mano Brown e Ice Blue curtiam muito a música negra americana nos bailes da época, como Zimbawe, Chic Show, Cascata e Baile da Sedinha). Mas não era só a música que os aproximava: eles possuíam também o inconformismo com as injustiças sociais e as perseguições deixadas pelo recém fim da ditadura militar, que durou de 1964 a 1984.
As duplas de amigos foram apresentadas na Praça São Bento, ponto de encontro onde se reuniam os quatro elementos do hip-hop em São Paulo:“B. Boys”(dançarinos), “DJs”( DiscJóquei) , “ MC’s (Mestres de Cerimônias) , e Grafiteiros.
Assim, deste encontro, nasceu um dos ícones do Rap no Brasil: o grupo Racionais MC’s. No final dos anos 80, pelo selo Zimbawe Records, gravadora especializada em música negra, foi lançada a coletânea “Consciência Black”. Neste disco, os quatro amigos participaram com as músicas “Pânico na Zona Sul”, de Mano Brown, e “Tempos difíceis”, de Edi Rock e KL Jay.
Ambas canções apareceriam dois anos depois em “Holocausto Urbano”, primeiro disco oficial do grupo e cujas letras denunciam o racismo e a miséria na periferia de São Paulo, marcada pela violência e pelo crime.
Após esse álbum, os Racionais MC’s tornaram-se bem conhecidos dentro da cena rap da periferia paulistana e da Grande São Paulo.Essa popularização fez com que os integrantes do Racionais MC’s passassem a desenvolver trabalhos especialmente voltados para comunidades pobres, dentre os quais um projeto criado pela Secretaria Municipal de Educação de São Paulo, em que o conjunto realizou palestras em escolas sobre drogas, racismo, violência policial, entre outros temas.
Também participaram nos anos seguintes de diversos concertos filantrópicos em benefício de HIV positivos, campanhas de agasalho e contra a fome, além de atuarem em protestos como o aniversário da Abolição da Escravatura no Brasil.

O sucesso e importância nacional
Em 1991, os Racionais MC’s abriram o show do pioneiro Public Enemy, um dos mais famosos grupos de hip hop americano, no Ginásio do Ibirapuera, em São Paulo. No final de 1992, foi lançado o segundo LP do grupo: “Escolha o seu Caminho”.
No ano seguinte, o grupo participou do projeto “Música Negra em Ação”, realizado no Teatro das Nações em São Paulo, e gravou o disco “Raio X Brasil”, terceiro álbum do conjunto, lançado em uma festa na quadra da escola de samba Rosas de Ouro para um público estimado de 10 mil pessoas.
Canções deste disco como “Fim de Semana no Parque” e “Homem na Estrada” (ambas de Mano Brown) fizeram muito sucesso em bailes de rap e nas rádios do gênero em todo o país.
Ainda naquele ano, a gravadora Zimbabwe lançou a coletânea “Racionais MC’s”. No final de 1997, foi lançado o disco “Sobrevivendo no Inferno”, pelo selo “Cosa Nostra” (do próprio grupo), que passou de 1,5 milhão de cópias vendidas.
“Sobrevivendo no Inferno” é amplamente considerado o álbum mais importante do rap brasileiro e, em 2007, figurou na 14ª posição da lista dos “100 melhores discos da música brasileira” pela revista Rolling Stone Brasil.
Em 2015, o então prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, presenteou o Papa Francisco com o álbum em uma visita ao Vaticano. Em 2018, o álbum foi incluído pela Comvest (Comissão Permanente para os Vestibulares da Universidade Estadual de Campinas) na lista de obras de leitura obrigatória para o vestibular da Unicamp a partir de 2020.
Meses depois, a obra foi publicada em formato de livro pela Companhia das Letras. Com 143 páginas, o volume apresenta um prefácio assinado por Acauam Silvério de Oliveira, além de fotos inéditas e informações exclusivas sobre o grupo.
Dentre os grandes sucessos deste álbum estão: “Diário de um Detento” (de Jocenir Prado e Mano Brown); “Fórmula Mágica da Paz” e “Capítulo 4, Versículo 3” (ambas de Mano Brown); e “Mágico de Oz” (de Edi Rock).
Com esse disco, os Racionais MC’s deixaram de ser um fenômeno na periferia paulistana para fazer sucesso no Brasil inteiro, inclusive entre outros grupos sociais.Apesar disso, o grupo adotou – por muitos anos – uma postura antimídia.
Em 2002, o grupo lançou “Nada Como um Dia Após o Outro Dia”, disco duplo que, assim como seu antecessor, foi muito bem recebido pelo público e pela crítica. Entre os maiores sucessos estão: “Vida Loka I”, “Vida Loka II”, “Eu Sou 157”, “Da ponte pra cá” e “Jesus Chorou” (todas de Mano Brown); “Negro Drama” e “Estilo Cachorro” (ambas de Mano Brown e Edi Rock).

Em 2006, o grupo lançou “1000 Trutas, 1000 Tretas”, seu primeiro DVD.
Em 2012, o grupo lançou a música “Mil Faces de um Homem Leal”, composta para o documentário sobre a vida do guerrilheiro Carlos Marighella.
Em 2014, o grupo lançou o sexto álbum de estúdio, “Cores & Valores”, o primeiro com músicas inéditas em 12 anos, e também o primeiro a ter influência do gênero trap.
Em 2019 o grupo comemorou 30 anos de carreira com vários shows pelo Brasil e em 2023, lançaram o ao vivo “Racionais 3 Décadas”.
No ano de 2022, foi lançado o documentário “Racionais MC’s – Das Ruas de São Paulo pro Mundo”, produzido pela Preta Portê Filmes, com direção de Juliana Vicente. O documentário mostra a origem e a ascensão do grupo mais influente do rap nacional e traz cenas inéditas gravadas ao longo dos mais de 30 anos de carreira, além de entrevistas exclusivas, e reforça o impacto e o legado dos músicos, desde os primeiros shows nas ruas de São Paulo.
Gravado ao longo de trinta anos, o documentário do Racionais MC’s segue o grupo mais influente do rap nacional, desde sua criação.