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Mansur: “Ter filhos: Uma questão de saúde mental?”

Mauricio Mansur
16:28 17.09.2024
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Mauricio Mansur

Diretor de mkt e inovação, conselheiro e palestrante
Tecnologia

Mansur: “Ter filhos: Uma questão de saúde mental?”

Vivemos em uma época onde ter filhos se tornou um peso tão grande que muitos preferem criar pets a encarar as demandas de uma criança

Novabrasil - 17.09.2024 - 16:28
Mansur: “Ter filhos: Uma questão de saúde mental?”
Foto: Divulgação.

Criar filhos sempre foi uma tarefa difícil, mas a sociedade moderna parece estar elevando esse desafio a um novo patamar.

Recentemente, o Dr. Vivek Murthy, o cirurgião-geral dos EUA, lançou um alerta sobre a saúde mental dos pais, revelando que quase metade deles se sente sobrecarregada na maior parte dos dias.

Vivemos em uma época onde ter filhos se tornou um peso tão grande que muitos preferem criar pets a encarar as demandas de uma criança. Teoricamente Pets não geram aquela angústia diária que só os pais conhecem: será que meu filho está feliz e vai ser um adulto independente e realizado?

O curioso é que essa escolha por não ter filhos está moldando o futuro das nações. Países como Japão e Itália já estão lidando com uma população envelhecida, e a queda nas taxas de natalidade é uma bomba-relógio para a sustentabilidade econômica.

Em paralelo, governos com orçamentos apertados, quando não completamente deficitários, não conseguem fornecer o suporte necessário para aliviar a carga dos pais. Ao mesmo tempo, as empresas pressionam seus colaboradores a serem mais produtivos do que nunca, tornando o equilíbrio entre vida pessoal e profissional um ideal cada vez mais distante.

E se a solução estiver em tributar aqueles que optam por não ter filhos? Uma espécie de “imposto de responsabilidade social” onde os que não contribuem com a próxima geração ajudariam a financiar o suporte aos pais que ainda têm coragem de encarar essa jornada. Parece radical, mas considerando que a saúde mental dos pais afeta diretamente o bem-estar das crianças — e por consequência, o futuro da sociedade —, talvez seja hora de revermos as prioridades. Afinal, quem vai sustentar a economia, pagar impostos e cuidar dos idosos daqui a algumas décadas se as taxas de natalidade continuarem caindo?

Claro, há quem diga que essa solução seria injusta. Afinal, criar filhos é uma escolha pessoal, certo? Mas quando essa escolha começa a afetar o equilíbrio social e econômico, será que ainda podemos tratá-la como uma decisão puramente individual? O debate está aberto, mas uma coisa é certa: algo precisa ser feito. Apoiar os pais não é mais uma questão de gentileza, mas uma necessidade para a sobrevivência das nossas sociedades.

Com orçamentos públicos cada vez mais apertados e empresas que não têm muito espaço para aumentar salários ou dar mais benefícios, a pergunta que fica é: qual será o caminho? Mais suporte para os pais ou um incentivo financeiro para os que escolhem não ter filhos? Talvez, o futuro reserve respostas mais criativas. Quem sabe veremos empresas oferecendo creches como benefícios padrão ou mesmo novas formas de compartilhar a responsabilidade de criar uma criança.

De qualquer maneira, é um problema que não podemos mais ignorar.
No meu caso, já fiz a minha parte: tenho três filhos, e acho que pior para minha saúde mental seria não ter a companhia deles.

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