Mansur: “Como ignoramos a IA e agora não conseguimos viver sem ela
Mauricio Mansur
Diretor de mkt e inovação, conselheiro e palestrante
Mansur: “Como ignoramos a IA e agora não conseguimos viver sem ela
A pergunta que fica é: como não vimos os sinais; entenda
Dois anos se passaram desde o lançamento do ChatGPT, em novembro de 2022. Lembro-me bem daquele momento, pois estava no Web Summit em Lisboa. Hoje, enquanto acontece o Web Summit 2024, é impressionante como o clima do evento mudou. Naquela época, a grande tendência era o metaverso e as criptomoedas.
As trilhas estavam lotadas de futuristas que falavam com empolgação sobre mundos virtuais, blockchains e como essas tecnologias seriam a próxima revolução.
Curiosamente, não havia trilha sobre inteligência artificial.
Nenhuma palestra, nenhum painel. A IA, aparentemente, não era digna de discussão. É fascinante pensar nisso agora, quando a IA é o centro de quase todas as conversas em 2024.
A pergunta que fica é: como não vimos os sinais? Como as mentes mais visionárias do evento se deixaram levar por óculos de realidade virtual e terras digitais, enquanto a IA estava prestes a mudar nossas vidas de forma muito mais palpável?
Às vezes me pego rindo ao perceber que muitos dos especialistas de IA de hoje eram os mesmos que, há dois anos, eram “especialistas” em metaverso. Parece que o hype apenas trocou de roupa, e os “visionários” se adaptaram rapidamente ao que se tornou a nova moda.
Não que seja uma crítica. Todos estamos sujeitos a isso, especialmente em um mundo tão ágil como o da tecnologia.
E o questionamento é inevitável: o que realmente mudou para você nos últimos dois anos? O ChatGPT e outras IAs mudaram a forma como você trabalha? Suas atividades diárias foram revolucionadas, ou você está apenas fazendo pesquisas mais rápidas e delegando algumas tarefas menores?
É interessante pensar se houve uma mudança estrutural ou se estamos apenas pegando atalhos mais inteligentes, mas sem um impacto profundo na forma como trabalhamos ou vivemos.
Talvez o verdadeiro poder da IA não esteja no que já fizemos com ela, mas no potencial do que ainda podemos criar. E talvez, como em 2022, o segredo esteja nas coisas que não estamos vendo agora.
O que você acha? Quem sabe não estaremos aqui, em 2026, rindo dos erros e cegueiras de 2024?
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