
Deepfakes: Quando a Inteligência Artificial decide brincar de photoshop no Modo Hard


Mauricio Mansur
Diretor de mkt e inovação, conselheiro e palestrante
Deepfakes: Quando a Inteligência Artificial decide brincar de photoshop no Modo Hard
Com a velocidade que essa tecnologia avança, não está longe o dia em que receberemos um áudio falso da nossa mãe


Lembra do susto que foi quando descobrimos que aquela foto maravilhosa do influencer na praia paradisíaca era, na verdade, um amontoado de areia e Photoshop? Pois é, o mundo das deepfakes é basicamente isso, mas no modo turbo. Agora, não são só imagens que podem ser modificadas: rostos falam, cantam, dançam e até protagonizam escândalos que nunca aconteceram.
E falando em escândalos, o caso da professora de New Jersey que foi vítima de deepfake é um daqueles exemplos de como essa tecnologia pode sair do “haha, que engraçado” direto para o “eita, deu ruim”. Alguns alunos criaram vídeos falsos dela em situações inapropriadas e espalharam como se fossem reais. Resultado? Um caos completo na vida da mulher, um monte de adolescente sendo investigado e um alerta vermelho para a sociedade.
Agora, vamos combinar: deepfake tem seu lado divertido. Quem não riu com vídeos de famosos cantando músicas que nunca imaginaríamos? Ou daquelas montagens colocando o Nicolas Cage em todos os filmes possíveis? O problema é quando a brincadeira vira ferramenta de fake news, chantagem e golpes.
E se você acha que isso é um problema só de quem aparece na internet, pense de novo. Com a velocidade que essa tecnologia avança, não está longe o dia em que receberemos um áudio falso da nossa mãe dizendo “me transfere 500 reais agora” e, em um momento de desespero, caímos na pegadinha.
A solução? Primeiro, aquele bom e velho conselho: desconfie. Nem tudo que você vê e ouve por aí é real. Segundo, a tecnologia também está sendo usada para combater deepfakes, então fique de olho nas ferramentas que prometem detectar essas manipulações. Terceiro, talvez seja hora de ensinar crianças e adolescentes (e adultos também, convenhamos) sobre responsabilidade digital, porque uma zoeira dessas pode acabar com a vida de alguém.
No fim das contas, a deepfake é uma ferramenta como qualquer outra: pode ser usada para o bem, para o mal ou para fazer o Keanu Reeves parecer um médico brasileiro explicando sobre o SUS. Cabe a nós decidirmos como usá-la. Mas, por favor, se forem me colocar em um deepfake, que pelo menos me deixem com um tanquinho de respeito.
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Mauricio Mansur