“O futuro do empreendedorismo no Brasil é feminino”, diz diretora do Sebrae
“O futuro do empreendedorismo no Brasil é feminino”, diz diretora do Sebrae
Margarete Coelho concedeu entrevista exclusiva para o jornalismo da Novabrasil, direto dos estúdios na capital federal
Em entrevista à Novabrasil FM nesta terça-feira (10), a diretora de Administração e Finanças do Sebrae Nacional, Margarete Coelho, anunciou que o Brasil vai sediar, em 2025, o encontro da Aliança Empresarial de Mulheres do Brics+ (Brics WBA), movimento criado justamente para promover a participação econômica feminina e fomentar a cooperação em negócios liderados por mulheres.
Margarete disse que o empreendedorismo feminino virou pauta em todos os setores da economia, e defendeu que quem não levar o assunto a sério “vai perder o bonde da história”.
“O empreendedorismo feminino tem virado as cabeças, porque esse tema não é um problema das mulheres, é da economia. Estamos relevando a segundo plano a maior força de trabalho que nós temos. Se não estamos abrindo espaço para elas protagonizarem, estamos fazendo um grande atraso na economia”, comentou.
Futuro dos negócios
Conforme pesquisa do Monitor Global da Empreendedorismo 2023, as mulheres representam 54,6% do empreendedorismo potencial no país. E dados do Sebrae indicam que já há mais de 10 milhões de mulheres donas de negócios no Brasil, representando 34,4% dos empreendimentos nacionais.
“O futuro do empreendedorismo no Brasil é feminino, está nas mãos das mulheres”, sentenciou Margarete, que é advogada e já foi vice-governadora do Piauí, além de deputada estadual e federal por aquele estado.
Gerência específica
Margarete destacou que, em sua gestão, o Sebrae Nacional passou a ter uma gerência específica para cuidar de empreendedorismo feminino e inclusivo, o que ela considera uma “grande virada” na instituição.
“Empreender é difícil para todo mundo, mas para alguns segmentos é bem mais difícil”, afirmou a diretora, citando pesquisa recente do Banco Central que mostrou que as mulheres pagam 4% a mais de juros que os homens na tomada de empréstimos, mesmo sendo mais adimplentes. “Por que pagam mais? Isso é viés de gênero”, emendou.
Acesso a crédito
Margarete ponderou que não considera necessário estabelecer uma espécie de cota para as mulheres tomarem mais crédito. “Não queremos que o banco tenha cota para mulher. Nós queremos meta, que o banco tenha meta para atender mulheres, que o gerente do banco vá até a porta dessa empresária e ofereça o produto”, comentou.
A diretora do Sebrae acrescentou que as mulheres são responsáveis por 58% das procuras pelo crédito ofertado por meio do programa Acredita, em parceria com o governo federal. No entanto, apenas 30% dos negócios fechados estão relacionados a elas. “Elas procuram mais e estão conseguindo menos. Por quê? Precisamos entender”, disse.
Formação e geração de emprego
Margarete reforçou que o Sebrae está empenhado em oferecer cursos e treinamentos voltado para as mulheres em áreas como educação financeira e negociação. Ela chamou a atenção para o caráter inclusivo das mulheres empreendedoras na hora de contratar.
“A mulher não olha se a pessoa que ela vai contratar é LGBT, negra, gorda. Ela não olha para essas questões que o mercado olha. A mulher é muito inclusiva: contrata quem está ali, quem está à mão”, concluiu.
Assista à íntegra da entrevista com Margarete Coelho: