
Uso nocivo do álcool é preocupação para brasileiros com 55 anos ou mais
Uso nocivo do álcool é preocupação para brasileiros com 55 anos ou mais
Levantamento indica mais mortes nessa faixa etária por causa do consumo de álcool

O consumo de bebidas alcoólicas é uma preocupação para os brasileiros a partir dos 55 anos. Eles, inclusive, estão morrendo mais em razão do uso nocivo do álcool. O alerta é do CISA – Centro de Informações sobre Saúde e Álcool, referência nacional no tema, a partir da análise dos dados do Ministério da Saúde entre 2010 e 2023.
Em entrevista à Novabrasil, Mariana Thibes, Doutora em Sociologia e Coordenadora do Cisa, diz que “essa foi a única faixa etária que registrou aumento no número de mortes, por isso que é preocupante”. Esse aumento foi de 30%.
Na avaliação da especialista, os mais jovens tendem a morrer de causas externas como acidente de trânsito, agressões e violência. Já os mais velhos têm problemas com questões crônicas, como câncer de colón, esôfago e a hipertensão, todos associados ao uso do álcool. Além da cirrose hepática e do alcoolismo.
Mariana Thibes diz que pessoas com 55 anos ou mais são as que mais morrem pelos mais variados motivos. “E o álcool, seu uso nocivo, nem sempre traz um dano no curto prazo. O uso do álcool na juventude trará problema na meia idade. Uma doença crônica não aparece do dia para noite, são anos de comportamentos pouco saudáveis que desenvolvem problemas como câncer ou hipertensão”, afirma Mariana.
O levantamento inédito, feito a partir dos dados processados para a publicação Álcool e a Saúde dos Brasileiros: Panorama 2024, aponta a importância de fazer alertas e orientações para a população mais jovem. A cada hora, quatro pessoas na faixa etária dos 55 anos morrem no país em razão do uso nocivo de álcool.
A Doutora Mariana Thibes diz que há 3 fatores que servem para atenção das pessoas: “o primeiro é frequência de consumo, se a pessoa precisa beber todo dia já é um sinal de alerta. O segundo é a quantidade, ainda que beba só no final de semana, não pode exagerar. Quando a pessoa toma 4 ou mais doses no caso da mulher ou 5 ou mais doses no caso de homens já é exagero. E o terceiro fator é quando a pessoa começa a ter problemas no trabalho ou nas relações pessoais”.
Diante desse quadro, amigos e colegas podem ajudar as pessoas que, por acaso, não percebam que estão no consumo nocivo do álcool. “Familiares e amigos têm papel decisivo nesse processo. Eles podem acolher ou aconselhar. Às vezes, uma intervenção breve pode mudar todo cenário, com empatia e sem estigmatizar a pessoa”, conclui Mariana.