
Pais se unem para evitar que filhos tenham celular antes dos 14 anos
Pais se unem para evitar que filhos tenham celular antes dos 14 anos
Movimento Desconecta alerta para os malefícios que o excesso de tela causa em crianças e adolescentes


Organizado por um grupo de pais que defendem uma infância e adolescência mais “longe das telas”, o Movimento Desconecta tem ganhado força e cada vez mais adesões não só em São Paulo, onde foi criado, mas também em outras partes do país. A ideia é tentar diminuir sintomas de ansiedade, depressão, falta de concentração, de aprendizagem e, também, de socialização.
A iniciativa é um apelo para que pais e responsáveis somente presenteiem seus filhos com smartphones após completarem 14 anos, e que tenham acesso às redes sociais com 16.
Em entrevista ao Jornal Novabrasil, apresentado por Heródoto Barbeiro, Camila Bruzzi, cofundadora do Movimento Desconecta, esclarece que a ideia é fazer um grande acordo entre famílias. O movimento é independente, formado por mães e pais atentos e preocupados com seus filhos. Ao perceberem adesão de pais de crianças que estudavam em outras escolas, entenderam ser crucial ampliar a corrente.
“O que a gente está fazendo agora é estruturar esse plano, para que fique bem fácil para qualquer família. Todo pai e mãe que quiser levar isso para a sua comunidade escolar terá o nosso apoio”, explana Camila.
Para que o Movimento Desconecta tomasse corpo e pudesse ser ampliado, foi criado um material de apoio. “O material de divulgação é importante, pois facilita o trabalho de levar as informações para cada comunidade”, explica.
Confira abaixo:
Mudança de hábitos
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Talvez a maior dificuldade para quem deseja aderir ao Movimento Desconecta, mas tem filhos já crescidos, seja a de iniciar a desconexão em casa, pois a criança ou o adolescente estão totalmente inseridos nesse ambiente virtual.
Camila Bruzzi destaca que muitos pais sentem medo de desconectarem seus filhos, para não gerar um isolamento virtual dos pequenos. No entanto, ela reforça a importância de criar o chamado “acordo coletivo”. “Então, para que um acordo coletivo tenha efeito é importante que a gente tenha o maior número possível de famílias da comunidade aderindo ao acordo.”
Ou seja, não basta ter um ou dois pais na sala adotando as recomendações do Desconecta, pois o peso da pressão social será forte. “Por isso que nós estamos montando um conceito de rede, convocando famílias que estejam interessadas em liderar esse movimento localmente, além de formar uma comissão de líderes e estabelecer uma base de apoiadores na escola. Assim a gente vai conseguir disseminar o acordo, as informações, para todos os pais que frequentam a mesma unidade escolar, independentemente do ano escolar que a criança estiver cursando”, finaliza Bruzzi.