Autismo e Inclusão: “É fundamental que professores eduquem nas diferenças”
Pensa Comigo com Gabriel Chalita
Escritor, filósofo e professor
Autismo e Inclusão: “É fundamental que professores eduquem nas diferenças”
O filósofo e colunista da Novabrasil ressalta que os melhores resultados na educação estão ligados ao trabalho conjunto entre crianças que têm alguma deficiência e as demais
Alguns casos de maus tratos com crianças autistas em escolas vieram à tona nas últimas semanas e provocaram indignação nos pais. As descobertas foram feitas através de gravações em aparelhos colocados nas mochilas das crianças.
Num dos casos, uma criança é insultada e chamada de “chata”. A funcionária do colégio também diz que a criança perturba toda sala. Em outro caso, o aluno se recusava a ir à escola e, também através de gravações, os pais descobriram que o motivo seria maus tratos. O menino é chamado de “porco nojento” e a funcionária incentiva que outro aluno bata nessa criança.
Em ambas situações, os pais procuraram as autoridades e registraram boletins de ocorrência contra as instituições. Além disso, claro, retiraram seus filhos dos colégios investigados.
Os casos causam revolta e indignação porque a inclusão e o autismo, em várias partes do mundo, ganharam adesão por legislações que pregam as mesmas salas de aula para todos.
O professor, filósofo e colunista da Novabrasil Gabriel Chalita afirma que “hoje a consciência pedagógica que temos e defendemos, que os países mais bem avaliados do mundo em termos educacionais conseguiram desenvolver é que, se você colocar pessoas com deficiências na mesma sala de aula, você melhora esses alunos e também aqueles que não têm deficiência”. Segundo ele, os alunos aprendem a compreender e trabalhar na diversidade.
Lembrando que, há alguns anos, pais não mandavam seus filhos com algum tipo de deficiência para escola. Depois, houve a divisão de classes, em que alunos com deficiência ficavam em salas isoladas. Nada disso é tão promissor quanto a integração de todas as crianças.
Chalita destaca que é fundamental para os professores educar na heterogeneidade. “É compreender que as pessoas e alunos são diferentes e que têm necessidades diferentes, com ou sem deficiência”, diz ele. Compreender e ajudar essas pessoas é fundamental por parte dos profissionais das escolas.
O colunista diz que o papel essencial de uma escola é fazer as pessoas felizes. Essa pessoa irá aprender, ter conteúdo, repertório, dialogar e trabalhar com suas próprias emoções. “A riqueza desse processo inclusivo é essa; as pessoas são diferentes e têm direito a conviver nos mesmos espaços com suas diferenças”, afirma Gabriel Chalita.
A formação dessa personalidade infantil é feita por exemplos. Ou seja, se a criança observa pessoas que tratam maus outros indivíduos, ela irá reproduzir isso na sua vida. Ao contrário, se percebe respeito e inclusão, certamente, terão um comportamento melhor.
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