
Impacto de Trump na América Latina preocupa governos da região
Impacto de Trump na América Latina preocupa governos da região
Políticas migratórias e comerciais do novo mandato de Donald Trump geram tensão entre países latino-americanos


As primeiras medidas do novo mandato de Donald Trump já estão causando impacto na América Latina. As ações coercitivas contra países da região estão gerando reações e preocupam governos locais.
O professor Tomás Paulielo, especialista em Relações Internacionais da PUC-SP, falou sobre o tema no Jornal Novabrasil, apresentado por Heródoto Barbeiro. “Trump já mostrou que sua política externa para a América Latina será dura”, afirmou.
Como tudo começou
Uma das primeiras crises aconteceu com a Colômbia, após o governo de Gustavo Petro se recusar a receber deportados dos EUA nas condições impostas.
Em resposta, Trump ameaçou o país com tarifas mais altas e restrições de viagem para colombianos. “É uma demonstração de força dos EUA que não víamos recentemente”, destacou Paulielo.
A postura do presidente norte-americano indica um endurecimento nas relações com vizinhos. Apesar de não envolver ameaças militares, a estratégia de Trump tem sido vista como agressiva. “Certamente, isso causou um arrepio nos governos da região”, pontuou o especialista.
Relação abalada
O impacto político dessas ações levanta questionamentos sobre a relação dos EUA com a América Latina. A comparação com episódios históricos, como os protestos contra o vice-presidente Nixon nos anos 1950, é inevitável. “A situação hoje não é tão extrema, mas o desgaste é evidente”, explicou o especialista.
Trump também reforça a agenda anti-imigração, um dos pilares de sua campanha. O presidente defende o aumento das deportações e o fortalecimento da fronteira, e o professor ressalta que “ninguém pode dizer que está surpreso com essas medidas”.
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Em resposta ao Trump
As repercussões já mobilizam os países da América Latina. Uma reunião da Comissão dos Países da América Latina e Caribe foi convocada para debater as políticas do governo Trump, pois “os países precisam, no mínimo, abrir canais de diálogo”, alerta.
A Europa também reage às ações de Trump. Recentemente, líderes europeus se reuniram para discutir a tentativa do presidente de negociar a compra da Groenlândia e, para o professor, “o mundo observa essa postura agressiva com preocupação”.
Mesmo aliados históricos dos EUA, como México e Canadá, estão sentindo os efeitos das novas políticas. A Colômbia, que sempre teve relações próximas com Washington, agora enfrenta um desafio diplomático.
Com essas ações, Trump reforça seu estilo imprevisível e intervencionista. Os próximos meses serão decisivos para entender os desdobramentos de sua estratégia e o impacto real na América Latina.