
Heródoto Barbeiro: “A volta do republicano ao poder”


Parece, mas não é com Heródoto Barbeiro
Jornalista, escritor e radialista
Heródoto Barbeiro: “A volta do republicano ao poder”
Você acompanha o jornalista no comando do jornal 'Novabrasil', de segunda a sexta-feira, às 7h30


Não se esperava a vitória dele na eleição presidencial. Nem mesmo o Partido Republicano acreditava que poderia derrotar o candidato do Partido Democrata.
O americano médio, como sempre, está de olho nos preços do supermercado, no rendimento de suas ações em Wall Street, na oferta de empregos pelo mercado e como manter a supremacia dos Estados Unidos no mundo.
Há uma ameaça consolidada, que vem do oriente e pode contaminar outras regiões do planeta, que interessa ao capitalismo do Tio Sam. Os partidos não engolem a sobrevivência do comunismo na porta de casa, fundado por Fidel Castro em Cuba, que ainda movimenta e inspira partidos de esquerda na América Latina, e o slogan antiamericano é Yankees Go Home.
Isto é inadmissível para uma nação que durante décadas acalenta a política fundada na Doutrina Monroe – A América para os Americanos. O candidato republicano realimenta na campanha eleitoral a visão de que a democracia liberal corre perigo com ameaças de revoluções e golpes de estado liderados pela esquerda, seja ela comunista ou de outra coloração qualquer.
O Partido Democrata é derrotado por seus próprios erros. O presidente que deixa o poder é acusado de fraco e leniente contra o que o eleitor considera importante para o seu país. Atribui-se aos democratas que governaram os Estados Unidos a perda de prestígio mundial, do avanço das nações hostis à chamada pax americana, que sucedeu a Segunda Guerra mundial e colocou o país como maior potência do planeta, considerado a polícia do mundo.
Movimentos de esquerda em todo o mundo classificam a política americana como imperialista e há manifestações, principalmente nos chamados países do terceiro mundo. O Brasil está entre eles. A hostilidade se dá também contra a presença de grandes empresas americanas, como bancos, mineradoras, prestadoras de serviços de energia elétrica, grandes petroleiras, e o apoio à consolidação ao Estado de Israel na Palestina, apesar da reação dos árabes.
Com esse quadro considerado devastador pelos eleitores, a direção do Partido Democrata ainda acredita que tem chance de vencer a eleição presidencial, para isso basta ter um candidato forte e que bata de frente com o candidato republicano.
O pleito é decidido nos debates na televisão. O candidato republicano, experiente e bem treinado, sai vencedor. Resta saber se o eleitorado vai escolher os delegados para o colégio eleitoral, que em última análise decide a eleição. Ninguém espera que o republicano vença tanto no colégio eleitoral como no voto popular.
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A reeleição do candidato republicano para a presidência dos Estados Unidos é esmagadora. Alguns analistas acreditam que seu empenho em defender o programa do seu partido foi o motor da vitória eleitoral sobre o candidato democrata, considerado frágil e sem apoio popular. Richard Nixon promete reformas na administração federal e peitar a maioria democrata no Congresso.
No programa do reeleito está a retirada do atoleiro do Vietnã, responsabilidade dos presidentes democratas que o antecederam e, para isso, conta com o apoio de Henry Kissinger como Secretário de Estado. A guerra motiva ampla reação nacional, mostrada no jornal da noite pela televisão das famílias americanas, em que se falam nos milhares de mortos e na destruição ampla de cidades e da natureza na Indochina.
A ameaça de um conflito nuclear persiste e a dupla Nixon/Kissinger faz acordo de controle de armas atômicas com a União Soviética e restabelece relações diplomáticas com a República Popular da China, de Mao Zedong. Internamente, consegue aprovar o programa de Renda e Segurança Suplementar que oferece auxílio a pessoas de baixa renda idosas ou deficientes. O governo apoia a dessegregação racial nas escolas e propõe um plano de defesa do meio ambiente, a Lei da Água Limpa. Mas no meio do caminho tem uma crise, tem uma pedra no meio do caminho de Nixon.
A economia apresenta baixo índice de crescimento, a oferta de emprego cai, e os críticos atribuem a responsabilidade ao governo federal. Ao lado do baixo crescimento do PIB há uma alta inflação para os parâmetros locais. O país vive no governo republicano a estagflação, conceito desenvolvido pelos economistas para a mistura de inflação e queda do crescimento.
Os índices de aprovação do governo caem e os democratas ameaçam voltar ao poder. Nixon e seu partido são surpreendidos com a divulgação da invasão dos escritórios democratas no Watergate. Acusado de prevaricação e ameaça à democracia, a caminho do impeachment ele renuncia à presidência em 1974. Ele nega a participação na espionagem.
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Parece, mas não é com Heródoto Barbeiro
Prof. Heródoto Barbeiro âncora do JornalNovaBrasil, colunista do R7, apresentou o Roda Viva na TV Cultura, Jornal da CBN e Podcast NEH. Tem livros nas áreas de Jornalismo, História. Midia Training e Budismo. Grande prêmio Ayrton Senna, Líbero Badaró, Unesco, APCA, Comunique-se. Mestre em História pela USP e inscrito na OAB. Canal no Youtube Por Dentro da Máquina, www.herodoto.com.br