
Por que o Brasil arrecada tanto, mas é tão desigual?
Por que o Brasil arrecada tanto, mas é tão desigual?
Em entrevista ao Jornal Novabrasil, o mestre em economia Bruno Carazza fala da lógica do Estado brasileiro, que foi tema do seu livro, "O país dos privilégios"


Até esta quarta-feira (10/7), o Brasil já arrecadou mais de R$ 1,89 trilhão de impostos desde o início do ano. Com uma das maiores cargas tributárias, o ‘país dos privilégios’ é o 14º mais desigual do planeta.
Mas se se arrecada tanto, por que ainda há tanta desigualdade? A resposta está no livro “O país dos privilégios” da Companhia das Letras, do mestre em economia pela Universidade de Brasília e doutor em direito pela UFMG:
“São juízes, membros do Ministério público, integrantes da alta cúpula do legislativo e de carreiras do executivo. Mas também há um volume muito grande de privilégios voltados para diversos setores empresariais e também para as pessoas mais ricas”, afirmou.
A nova Reforma Tributária, apresentada pelo governo federal e promulgada pelo Congresso Nacional em dezembro de 2023, busca aumentar a progressividade do sistema tributário e eliminar isenções especiais a alguns setores.
Mesmo assim, os privilégios continuam. O Congresso manteve a desoneração da folha de pagamentos em desacordo com o governo e a sociedade, mantendo isenções fiscais a 17 setores da economia.
E quem paga a conta são os brasileiros. “Os altos pagamentos que são dados para a classe empresarial ou população mais rica, tudo isso se reverte numa carga tributária mais alta, essa conta é distribuída por todos nós”, pontua Carazza.
O autor relembra que alta carga tributária dividida de forma desigual “se reflete em piores serviços públicos, produtos que não são de boa qualidade. Essa lógica do funcionamento do estado brasileiro acaba gerando essas distorções”.
A entrevista pode ser conferida no link abaixo: