
Deportação em massa nos EUA ameaça economias latino-americanas
Deportação em massa nos EUA ameaça economias latino-americanas
O retorno de migrantes reduz o envio de dinheiro para seus países, impactando diretamente a economia da América Latina

A deportação em massa promovida pelos Estados Unidos está gerando preocupações em diversos países da América Latina.
O economista Sérgio Vale alerta que o retorno forçado de migrantes pode prejudicar economias dependentes do dinheiro enviado do exterior.
Impacto no PIB dos países latinos
Em entrevista ao Jornal Novabrasil, Sérgio Vale destacou a relevância dos valores enviados pelos migrantes. “Em alguns países, como México e América Central, esse dinheiro pode representar até 10% do PIB”, afirmou o economista.
Com a deportação em curso, muitos desses recursos podem diminuir significativamente. A desaceleração econômica gerada pela redução desse fluxo financeiro pode prejudicar ainda mais as economias mais frágeis da região.
Guerra comercial pode agravar a crise
Além das deportações, o cenário econômico latino-americano pode ser impactado pela guerra comercial imposta pelo governo norte-americano. “Se as tarifas de 25% forem aplicadas, a economia mexicana será bastante prejudicada”, explicou Vale.
A instabilidade causada por essas medidas pode aprofundar os desafios enfrentados pelos países que já dependem do dinheiro enviado pelos migrantes.
No caso do México, a incerteza quanto às políticas de Trump torna a situação ainda mais delicada.
Países mais afetados pela deportação
As nações mais pobres, como Nicarágua e Guatemala, devem sentir os impactos mais severos. “São países que há décadas contam com a imigração como fonte de recursos externos”, disse o economista.
Apesar do efeito imediato não ser tão drástico, especialistas preveem que, nos próximos anos, a redução desse fluxo de dinheiro possa agravar ainda mais a crise nesses países.
“A população recém-chegada aos EUA ainda não conseguiu se estabelecer financeiramente, o que pode diminuir esse envio de recursos no futuro”, acrescentou Vale.
A situação permanece incerta, mas economistas alertam que o impacto da deportação em massa pode se tornar um problema estrutural para diversas economias da América Latina.