
Em 5 meses, consumo de etanol aumenta mais de 50% entre brasileiros
Em 5 meses, consumo de etanol aumenta mais de 50% entre brasileiros
Em entrevista à Novabrasil, Patrícia Audi, diretora da Unica, destacou o avanço do combustível na preferência do consumidor depois do início de uma campanha da indústria sucroalcooleira

A Campanha “Vá de etanol” lançada pela Unica, União da Indústria de Cana de Açúcar e Bioenergia, no início do ano para conscientizar a população sobre os benefícios do uso do etanol já trouxe um aumento significativo nas vendas do produto. Em conversa com a Novabrasil, Patrícia Audi, diretora-executiva da Unica, disse que, de janeiro a abril deste ano, na comparação com o mesmo período de 2023, já houve um incremento de vendas de etanol hidratado de aproximadamente 55%.
Apesar disso, a diretora-executiva da entidade declarou que é importante “explicar para o brasileiro os benefícios do etanol, que não passam pelo simples fato de conseguir fazer economia com um combustível de valor menor na bomba”.
Ela ressaltou que o setor emprega, direta e indiretamente, 2 milhões e 200 mil pessoas. Além disso, o abastecimento com etanol pode diminuir os gases do efeito estufa em até 90%. “Nosso desafio é explicar esses benefícios de maneira simples, fazer o consumidor entender que está ajudando o país. Não é uma mudança que se faz em 3 meses”, diz Patrícia, se referindo ao início da campanha em janeiro de 2024.
Atualmente, o Brasil produz cerca de 35 bilhões de litros de etanol, que são praticamente consumidos em sua totalidade dentro do país. Desses 35 bilhões de litros, apenas 2 bilhões são exportados. Em relação ao açúcar, a produção é de 46 milhões de toneladas do produto e, dessas, 35 milhões são exportadas, ou seja, cerca de 80% da produção. Os outros 20% são para o consumo interno.
Patrícia Audi também comentou a situação do Rio Grande do Sul, afetado nas últimas semanas por fortes chuvas. Ao lamentar a tragédia, Patrícia lembrou da necessidade diária de tentar minimizar os impactos da mudança climática e de conscientização de todos para ações individuais.
Quanto aos impactos da situação gaúcha na cana, ela diz que o “Rio Grande do Sul não é um grande produtor de cana-de-açúcar. Há uma situação complexa na distribuição porque os postos estão debaixo d’água”. A produção em São Paulo, maior produtor do país, não foi afetada nesse ano.