Brasil lidera avanços e desafios na luta pelos direitos trans

Decio Caramigo
12:25 20.12.2024
Jornalismo

Brasil lidera avanços e desafios na luta pelos direitos trans

Neon Cunha, ativista, destacou conquistas históricas e expôs obstáculos durante entrevista para Heródoto Barbeiro

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- 20.12.2024 - 12:25
Brasil lidera avanços e desafios na luta pelos direitos trans
Foto: Reprodução.

A luta por direitos e reconhecimento da população trans no Brasil tem avançado em alguns aspectos, mas desafios importantes persistem.

Durante entrevista ao Jornal Novabrasil, Neon Cunha, ativista e fundadora da Casa Neon Cunha, abordou essas questões.

Entre os avanços, citou a possibilidade de retificação de nome e gênero diretamente nos cartórios, sem necessidade de procedimentos médicos ou jurídicos.

“Isso é um marco histórico não só para o Brasil, mas para o mundo. Hoje temos mais autonomia para garantir nossa dignidade”, destacou.

Apesar disso, o Brasil segue liderando no triste ranking mundial de assassinatos de pessoas trans pelo 14º ano consecutivo, de acordo com a ANTRA (Associação Nacional de Travestis e Transexuais).

Para Neon, o aumento de projetos de lei que atacam os direitos dessa população é alarmante.

Moralidade religiosa afeta direitos e perpetua preconceitos

Outro ponto levantado pela ativista foi o impacto da moralidade religiosa na política.

“É uma ideia de controle social que usa valores religiosos para justificar decisões políticas”, afirmou.

Segundo Neon, essa combinação dificulta o avanço dos direitos e perpetua o preconceito.

A legislação brasileira avançou ao equiparar crimes de ódio contra pessoas trans ao racismo, mas a falta de estrutura compromete a eficácia dessa medida.

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“Ainda há uma grande dificuldade para registrar boletins de ocorrência específicos. Faltam delegacias capacitadas e braços suficientes para atender a demanda”, explicou Neon.

Educação igualitária é fundamental para mudança

A ativista também ressaltou a importância da educação igualitária e do acesso à informação para mudar o cenário.

Para ela, o superficialismo das redes sociais dificulta o entendimento profundo sobre os direitos das pessoas trans.

“É difícil convencer a população a ser agente de transformação quando a profundidade dos temas é ignorada”, pontuou.

Perspectivas políticas para um futuro inclusivo

Por fim, Neon falou sobre as perspectivas políticas para 2025, destacando o papel de representantes como Érica Malunguinho, Duda Salabert e Dani Balbi.

“O grande desafio será conquistar força nas câmaras municipais para enfrentar pautas que atacam diretamente os direitos da população trans”, afirmou.

A mensagem final da ativista foi clara: os avanços conquistados até agora precisam ser defendidos e ampliados. A luta por um Brasil mais inclusivo continua.

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