Biden demonstra senilidade e Trump se aproveita para plantar dúvida na cabeça do eleitor
Biden demonstra senilidade e Trump se aproveita para plantar dúvida na cabeça do eleitor
Professor de Relações Internacionais da USP, Kai Enno Lehmann, explica possibilidade trocar a essa altura o candidato dos Democratas
Um dos principais assuntos logo após o primeiro confronto direto entre Joe Biden e Donald Trump é a possível substituição do candidato democrata. Promovido pela emissora CNN, o debate entre presidenciáveis foi acompanhado pelo mundo inteiro, com bastante troca de farpas e candidato confuso em cena.
O Jornal Novabrasil ouviu o professor Kai Enno Lehmann, do Instituto de Relações Internacionais da Universidade de São Paulo, para entender os impactos desse primeiro embate.
De acordo com pesquisas de opinião pública, os norte-americanos entendem que o vencedor do debate foi Donald Trump. No entanto, segundo o especialista, “de um modo geral, a influência desses debates sobre a escolha do eleitor vem diminuindo, historicamente falando.
Ainda mais o de ontem, que aconteceu em um horário mais cedo do que o habitual. Os EUA são uma nação em que, sabidamente, as pessoas não têm a prática de votar. Particularmente, eu não sei quantas pessoas estão, de fato, atentas às eleições presidenciais”, afirma.
O que se viu foi um Donald Trump de 78 anos explorando a idade avançada de Biden, 81 anos, para obter vantagens na discussão e afirmar que o adversário já não possui a virilidade da juventude para comandar a nação. Aliado a isso, Biden, por sua vez, teve um desempenho muito abaixo do esperado, com momentos de falas incompletas e divagações no raciocínio. Outro ponto bastante explorado por Trump foi a situação fronteiriça dos EUA, alegando que o país foi aberto por Biden e que qualquer pessoa tem acesso, inclusive terroristas. Trump chegou até mesmo a alegar que o presidente abriu as portas do país “para pessoas que vieram de hospitais psiquiátricos”.
A equipe do democrata reconhece a fraqueza de Joe Biden, mas tenta jogar a retórica para o fato dele ter ido bem nas áreas principais, como a economia, por exemplo. Quando perguntado sobre inflação, o presidente dos Estados Unidos foi claro ao dizer que seria importante levar em consideração como as contas do país foram repassadas a ele, justamente pelo ex-presidente Trump.
Confira abaixo:
Troca de candidato
Embora a equipe de Biden tente controlar a crise mudando a narrativa a respeito de seu desempenho, pulveriza-se na imprensa a possibilidade de que o partido indique outro candidato para concorrer com Trump ao cargo de maior destaque no mundo. “Eu não me recordo de ter acontecido essa troca na história moderna, a essa altura do jogo. Portanto, caso isso aconteça, o impacto eleitoral é desconhecido”, pondera o professor. Embora Biden tenha vencido as primárias, Lehman alerta que existem dispositivos legais que abonam a troca, se o Partido Democrata entender ser a melhor estratégia.
Pegou mal
Diante dos debates na TV e no Rádio, espera-se que o público fique atento às iniciativas propostas pelos candidatos, mas neste primeiro debate entre Joe Biden e Donald Trump, os eleitores querem mesmo saber se o presidente conseguirá levar um segundo mandato até os 86 anos, tendo em vista que nos próximos meses completará 82. “Eu, particularmente, achei que em algumas partes, sobre políticas externas, sobre imigração, as respostas do Biden foram coerentes e razoáveis. Mas, ele começou muito mal, teve o momento que ele, visivelmente, congelou e não conseguiu falar. Então, o que pesa para o eleitorado nos Estados Unidos é o fato dele ser velho”, conclui.