
Atuação da PM no Litoral Paulista é criticada pela Ouvidoria das Polícias
Atuação da PM no Litoral Paulista é criticada pela Ouvidoria das Polícias
Ouvidor Claudio Silva aponta desrespeito às diretrizes de transparência e falta de planejamento para enfrentar a criminalidade na Baixada Santista


O ouvidor das polícias de São Paulo, Claudio Silva, em entrevista ao jornalista Heródoto Barbeiro, no Jornal Novabrasil, fez duras críticas à atuação da Polícia Militar na Baixada Santista. Segundo ele, o trabalho da PM na região tem sido marcado por “amedrontamento e desordem”, com operações realizadas sem transparência e sem o uso de câmeras corporais, o que contraria uma diretriz estabelecida pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso.
“A Polícia Militar desde as operações escudo e verão tem tido uma atuação muito forte na Baixada Santista de amedrontamento e desordem, segundo as denúncias que têm chegado pra gente”, afirmou Claudio Silva. O ouvidor destacou que as operações são realizadas sem aviso prévio e sem o uso das câmeras corporais recomendadas pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso, para garantir transparência e segurança durante as abordagens policiais.
Problemas Crônicos e Dinâmica Complexa
Claudio Silva explicou que a violência e a criminalidade na Baixada Santista são problemas de longa data, agravados pela presença do crime organizado na região. A área, segundo ele, há mais de 20 anos figura entre as mais violentas do estado de São Paulo. “A Baixada Santista é muito complexa e bastante diferente, a dinâmica criminal na Baixada Santista é bastante diferente da dinâmica criminal em todo o estado de São Paulo”, destacou o ouvidor.
Silva também mencionou que o crime organizado tem grande capacidade de influência sobre a segurança pública local, sendo comum que policiais da região sejam envolvidos em práticas de corrupção ligadas ao tráfico de drogas. “Na Baixada Santista, o crime consegue fisgar mais os policiais, trazer mais os policiais para corrupção do que em todo o estado de São Paulo”, afirmou.
Tráfico Internacional de Drogas
A Baixada tem se consolidado como uma rota de escoamento de drogas para fora do país, sobretudo para destinos na Europa e América do Norte. Claudio Silva enfatizou que esse cenário torna a criminalidade ainda mais complexa e diversificada na região. Além do PCC, facção que historicamente controla parte do tráfico no litoral paulista, outras organizações criminosas também atuam no transporte e exportação de drogas, aumentando o desafio para as forças de segurança.
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A entrevista concluiu com o ouvidor enfatizando a necessidade de uma abordagem estratégica e planejada na segurança pública da Baixada Santista, com foco na inteligência policial para enfrentar o crime organizado. Segundo ele, “20 anos acho que já foi um tempo razoável para as estruturas de segurança pública do Estado estabelecerem um planejamento atuando com inteligência para poder desmontar o crime organizado na Baixada Santista”.