
A importância do Brasil na COP da Biodiversidade na Colômbia
A importância do Brasil na COP da Biodiversidade na Colômbia
Novabrasil participa da cobertura em Cali com a jornalista especializada em agronegócio e mudanças climáticas, Mariana Grilli


A 16ª Conferência das Partes da Convenção sobre Diversidade Biológica, a COP 16, acontece nesta semana na Colômbia e o papel do Brasil na conferência é de grande importância.
Na participação ao vivo nesta quarta-feira (30) diretamente de Cali, a jornalista especializada em agronegócio e meio ambiente, Mariana Grilli, destacou a importância desse encontro internacional, que reúne especialistas e líderes mundiais com o objetivo de avançar em compromissos globais para a preservação da biodiversidade.
COP da Biodiversidade x COP do Clima
Conforme explicou Mariana, a COP da Biodiversidade ocorre a cada dois anos e tem como foco central a proteção da fauna, da flora e dos ecossistemas ao redor do mundo. Diferente da COP do Clima, voltada exclusivamente para as mudanças climáticas e realizada anualmente, a COP da Biodiversidade ganha menos visibilidade, mas é fundamental para a conservação dos recursos naturais.
Mariana comparou as dimensões das duas conferências: enquanto a última COP do Clima, realizada em Dubai, atraiu cerca de 100.000 participantes, a COP da Biodiversidade deste ano contou com um público de cerca de 27.000 a 32.000 pessoas.
Essa diferença de tamanho, porém, não reduz sua importância. Segundo Mariana, a edição atual é conhecida como a “COP da Implementação”, pois está focada em definir como os países irão colocar em prática as 23 metas globais de preservação, estabelecidas em 2022 pelo Marco Global da Biodiversidade.
Essas metas, assinadas por 196 países, têm um horizonte de cumprimento até 2030, e este ano a conferência está concentrada em viabilizar recursos e estratégias de implementação.
CONFIRA ABAIXO:
Marina Silva e Sônia Guajajara na COP 16
Mariana Grilli destacou também a forte representatividade do Brasil na COP da Biodiversidade, especialmente pela presença das ministras Marina Silva, do Meio Ambiente, e Sônia Guajajara, dos Povos Indígenas.
Essas lideranças desempenham papel fundamental na negociação e na formalização de compromissos em nome do país. Mariana lembrou que, ao contrário da COP do Clima, onde a presença de presidentes é frequentemente requisitada, na COP da Biodiversidade a liderança recai sobre os ministros do meio ambiente.
São esses líderes que discutem as diretrizes ambientais e assinam os acordos ao final do evento, estabelecendo ações conjuntas com outros países.
Além das ministras, lideranças indígenas brasileiras, como Joênia Wapichana, presidente da FUNAI, reforçaram a necessidade de integrar o conhecimento tradicional às políticas ambientais.
Ela destacou o papel das comunidades indígenas na proteção da biodiversidade, lembrando que essa aliança é essencial para o avanço das metas globais de preservação.
Como Implementar as metas da COP?
Um dos principais temas abordados na cobertura de Mariana foi o financiamento. Ela explicou que o fundo criado em 2022 para financiar projetos de conservação nos países em desenvolvimento é um dos grandes desafios.
Segundo ela, os representantes estão discutindo critérios rigorosos de distribuição para garantir que esses recursos cheguem diretamente a projetos que protejam florestas, oceanos e outros ecossistemas vulneráveis.
Para Mariana, a discussão sobre financiamento é crítica porque sem um apoio financeiro bem estruturado e monitorado, os países enfrentam dificuldades para cumprir as metas estabelecidas.
Durante suas transmissões, Mariana enfatizou que a COP da Biodiversidade é uma das principais oportunidades para que os países reafirmem seus compromissos com a preservação ambiental.
O evento busca estabelecer compromissos não apenas entre governos, mas também envolvendo organizações não governamentais, setor privado e sociedade civil, reforçando a necessidade de uma abordagem integrada para enfrentar a crise ambiental. “O Brasil, por ser uma potência ambiental e por sua biodiversidade única, exerce um papel fundamental nessas negociações.
A presença ativa das lideranças brasileiras na COP 16 evidencia o compromisso do país em liderar a luta pela preservação ambiental, especialmente na proteção da Amazônia e de outros biomas essenciais para o equilíbrio climático global”, relatou Mariana Grilli.