Bicicletas, bem como quaisquer veículos não motorizados, são frágeis e vulneráveis e têm preferência sobre os demais veículos automotores. De acordo com o Ministério da Saúde, mais de 1300 ciclistas morrem todo ano no Brasil vítimas do trânsito brasileiro.

As normas de circulação e conduta para os ciclistas, e também para os demais condutores, estão no Código de Trânsito Brasileiro (CTB). A orientação para os ciclistas é que devem trafegar nas vias urbanas e nas rurais de pista dupla, quando não houver ciclovia, ciclofaixa, ou acostamento, ou quando não for possível a utilização destes, nos bordos da pista de rolamento, no mesmo sentido de circulação regulamentado para a via, com preferência sobre os veículos automotores.

Por outro lado, os motoristas devem estar atentos e dar a preferência e facilitar a passagem de ciclistas e outros veículos não motorizados, manter distância lateral de 1,5m, cuidar ao abrir as portas entre outras orientações de segurança.

Os cuidados valem para os dois lados: os ciclistas devem utilizar capacetes e, sempre que possível, outros acessórios de proteção, como luvas, óculos de acrílico e roupas apropriadas.

Outra situação que poucos se atentam é sobre os espaços sinalizados utilizados pelos ciclistas e precisam ser respeitados! Eles têm denominação distinta, conforme definido pelo Código de Trânsito Brasileiro (CTB) e possuem algumas diferenças.

É bastante comum as Ciclovias e Ciclofaixas serem consideradas, equivocadamente, como um único sistema. Alguns municípios, inclusive, chegam a tratar esses dois modelos de forma homogênea, causando ainda mais confusão para o usuário. Mas há especificidades, principalmente quanto à segurança, que impactam na forma de pedalar.

Vamos entender as funcionalidades de cada um desses espaços e como devemos respeitá-los?

Ciclovia

Espaço totalmente segregado, de circulação exclusiva de ciclistas. É separada fisicamente do tráfego dos demais veículos, grades, blocos de concreto ou balizadores, que isolam – e protegem! – os ciclistas dos veículos.

Quanto ao sentido de tráfego, a ciclovia pode ser unidirecional (quando apresenta sentido único de circulação) ou bidirecional (sentido duplo de circulação). Em geral, são utilizadas em locais de tráfego intenso, como avenidas e vias expressas, ou nas orlas das praias.

Reprodução: Governo do estado de São Paulo | Ciclovia

Ciclofaixa

Já a Ciclofaixa é aquela que tem faixas pintadas, geralmente na cor vermelha, na pista de rolamento. Diferencia-se das Ciclovias por não utilizar nenhuma separação física. Eventualmente pode incluir sinalizações do tipo “olho de gato” ou tachões, como os que separam as faixas de ônibus.

Reprodução: Governo do estado de São Paulo | Ciclofaixa

Ciclovia Operacional

É uma faixa exclusiva instalada temporariamente em ocasiões específicas, como as Ciclofaixas de lazer utilizadas em diversas cidades aos domingos. Isola o espaço destinado a bicicletas, separando-o do tráfego de veículos por meio de cones, cavaletes ou grades móveis. O fluxo de circulação é supervisionado por agentes de trânsito, e após o término de cada evento a estrutura é retirada.

Reprodução: Quicko | Ciclovia Operacional

Ciclorrotas

São trechos em que bicicletas e veículos motorizados trafegam juntos, em vias com sinalização que indica a presença de ciclos. O sistema não utiliza faixas exclusivas, pontos segregados ou zonas de segurança, como nas ciclovias e ciclofaixas, apenas placas de sinalização e pictogramas no solo. Em alguns casos, são indicados trajetos que podem ser seguidos pelos usuários rumo a um determinado destino.

Reprodução: Gabriel Lain/NSC Total | Ciclorrota

Também temos o Passeio compartilhado:

Espaço da via pública destinado prioritariamente aos pedestres, onde os ciclistas dividem a mesma área. No compartilhamento com o pedestre, estes têm a prioridade sempre, por serem o elo mais vulnerável no tráfego.

Mesmo com o conjunto de estruturas cicloviárias das cidades, os usuários de ciclos ainda dispõem de pouco espaço destinado a eles, em relação aos veículos motorizados. Mas essa opção de mobilidade vem conquistando cada vez mais adeptos nas metrópoles.

A tendência só tende a crescer, e a chave para que a convivência seja harmônica é simples: respeito mútuo e adoção de regras de segurança e respeito à vida. Longe de uma disputa por espaços, as bikes também podem ser integradas aos transportes públicos, tornando os percursos mais ágeis, sem o uso do carro, o que colabora com o meio ambiente, com o trânsito e com a saúde de todos.

Fontes: Portal do trânsito e Quicko

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