Ouça ao vivo
No ar agora

Conheça as curiosidades dos sambas-enredo das 12 escolas do Grupo Especial do Rio

Carnaval Direto da Fonte com Sérgio Leão
18:27 17.12.2024
Autor

Carnaval Direto da Fonte com Sérgio Leão

Jornalista, roterista e radialista
Arte e cultura

Conheça as curiosidades dos sambas-enredo das 12 escolas do Grupo Especial do Rio

Nove das 12 escolas de samba vão levar enredos afro para a avenida

Novabrasil - 17.12.2024 - 18:27
Conheça as curiosidades dos sambas-enredo das 12 escolas do Grupo Especial do Rio
Foto: Reprodução / Divulgação

Faltando pouco menos de 4 meses para o Carnaval 2025, todas as escolas do Grupo Especial do Rio de Janeiro já escolheram seus sambas-enredo.

Pela primeira vez, os desfiles do principal grupo de escolas de samba serão divididos em três dias.

No domingo, 2 de março, desfilam:

Unidos de Padre Miguel

Unidos de Padre Miguel, que optou pela junção de duas inscrições para o samba-enredo de 2025. A composição será assinada por Thiago Vaz, W. Corrêa, Richard Valença, Diego Nicolau, Orlando Ambrósio, Renan Diniz, Miguel Dibo, Cabeça Do Ajax, Chacal do Sax, Julio Alves, Igor Federal, Caio Alves, Camila Myngal, Marquinhos, Faustino Maykon e Claudio Russo.

A Unidos de Padre Miguel retorna à elite do Carnaval carioca após 52 anos e levará à Marquês de Sapucaí o enredo Egbé Iyá Nassô, criado pelos carnavalescos Alexandre Lousada e Lucas Milato.

Confira a letra do samba:

Eiêô! Kaô kabesilê babá obá!
Couraça de fogo no orô do velho Ajapá
a raça do povo do Alafin, e arde em mim…
Rubro ventre de Oyó
Na escuridão, nunca andarei só
Vovó dizia: “Sangue de preto é mais forte que a travessia!”
Saudade, que invade! Foi maré em tempestade
Sopra a ancestralidade no mar (ê rainha)
Preceito é herança sem martírio
Airá guarda seus filhos no ilê da Barroquinha
É a semente que a fé germinou, Iyá Adetá
O fruto que o axé cultivou, Iyá Akalá
Yiá nassô, ê babá Assika
Yiá nassô, ê babá Assika
Vou voltar mainha, eu vou
Vou voltar mainha, chore não
Que lá na Bahia
Xangô fez revolução

Imperatriz Leopoldinense

Imperatriz Leopoldinense trará para o desfile o enredo Ómi Tútu ao Olúfon – Água fresca para o senhor de Ifón, que conta a história da jornada de Oxalá até o reino de Oyó para visitar Xangô. A parceria vencedora é composta por Me Leva, Thiago Meiners, Miguel da Imperatriz, Jorge Arthur, Daniel Paixão e Wilson Mineiro.

Veja a letra:

Vai começar o itan de Oxalá
Segue o cortejo funfun pro senhor de Ifón, Babá
Orinxalá, destina seu caminhar
Ao reino do quarto Alafin de Oyó
Alá, majestoso em branco marfim
Consulta o ifá e assim
No odú, o presságio cruel
Negando a palavra do babalaô
Soberano em seu trono, o senhor
Vê o doce se tornar o fel
Ofereça pra Exú… um ebó pra proteger
Penitência de Exú, não se deixa arrefecer
Ele rompe o silêncio com a sua gargalhada
É cancela fechada, é o fardo de dever
Mas o dono do caminho não abranda
Foi vinho de palma, dendê e carvão
Sabão da costa pra lavar demanda
E a montaria te leva à prisão
O povo adoeceu, tristeza perdurou
Nos sete anos de solidão
Justiça maior é de meu pai Xangô
No dendezeiro, a justiça verdadeira
(Meu pai xangô mora no alto da pedreira)
Onde o banho de abô pra purificar
Desata o nó que ninguém pode amarrar
Transborda axé no ibá e na quartinha
Pra firmar tem acaçá, ebô e ladainha
Oní sáà wúre! Awure awure!
Quem governa esse terreiro ostenta seu adê
Ijexá ao pai de todos os oris
Rufam atabaques da Imperatriz

Unidos do Viradouro

A atual campeã do Grupo Especial do Carnaval carioca, Unidos do Viradouro, levará para a avenida o samba-enredo da parceria formada por Paulo César Feital, Inácio Rios, Marcio Andre Filho, Vitor Lajas, Vaguinho, Chanel e Igor Federal.

Em 2025, a escola apresentará o enredo Malunguinho: O Mensageiro de Três Mundos, desenvolvido pelo carnavalesco Tarcísio Zanon.

Veja a letra:

Acenda tudo que for de acender,
Deixa a fumaça entrar,
Sobô nirê mafá, sobô nirê,
Evoco, desperto, nação coroada,
Não temo inimigo,
Calopo na estrada, a noite é abrigo,
Transbordo a revolta dos mais oprimidos,
Eu sou caboclo da mata do catucá,
Eu sou pavor contra tirania,
Das matas, o encantado,
Cachimbo já foi facão amolado,
Salve malungueiro, juremá.
Ê juremeiro, curandeiro oh!
Vinho da erva sagrada, eu viro num gole só,
Catiço sustenta o zeloso guardião,
Capangueiro da jurema,
Não mexe comigo não.
Entre a vida e a morte, encantarias,
Nas veredas da encruza, proteção,
O estandarte da sorte é quem me guia,
Alumia minha procissão,
No parlamento das tramas,
Para os quilombos modernos,
A quem do mal se proclama,
Levo do céu pro inferno,
Toca o alujá ligeiro, tem coco de gira pra ser invocado,
Kaô, consagrado,
Reis malunguinho encarnado,
Pernambucano, mensageiro, bravio.
O rei da mata que mata quem mata o Brasil.
A chave do cativeiro, virado no exu trunqueiro,
Viradouro é catimbó, Viradouro é catimbó,
Eu tenho corpo fechado, fechado tenho meu corpo,
Porque nunca ando só.

Estação Primeira de Mangueira

Estação Primeira de Mangueira levará para a Sapucaí o enredo À Flor da Terra – No Rio da Negritude Entre Dores e Paixões, que traz uma narrativa com forte cunho social e baseada na história preta.

A composição vencedora é de Lequinho, Júnior Fionda, Gabriel Machado, Júlio Alves, Guilherme Sá e Paulinho Bandolim.

Confira abaixo a letra:

Sou Luanda E Benguela
A Dor Que Se Rebela, Morte E Vida No Oceano
Resistência Quilombola Dos Pretos Novos De Angola
De Cabinda, Suburbano
Tronco Forte Em Ribanceira, Flor Da Terra De Mangueira
Revel Do Santo Cristo Que Condena
Mistério Das Kalungas Ancestrais
Que O Tempo Revelou No Cais
E Fez Do Rio Minha África Pequena
Ê Malungo, Que Bate Tambor De Congo
Faz Macumba, Dança Jongo, Ginga Na Capoeira
Ê Malungo, O Samba Estancou Teu Sangue
De Verde E Rosa Renasce A Nação De Zambi
Bate Folha Pra Benzer Pembelê, Kaiango
Guia Meu Camutuê, Mãe Preta Me Ensinou
Bate Folha Pra Benzer, Pembelê, Kaiango
Sob A Cruz Do Seu Altar Inquice Incorporou
Forjado No Arrepio Da Lei Que Me Fez Vadio
Liberto Na Senzala Social
Malandro, Arengueiro, Marginal
Na Gira, No Jogo De Ronda E Lundu
Onde A Escola De Vida É Zungu, Fui Risco Iminente
O Alvo Que A Bala Insiste Em Achar
Lamento Informar… Um Sobrevivente
Meu Som Por Você Maculado
Sem Ser Convidado Pela Burguesia
Tomou A Cidade De Assalto
E Hoje No Asfalto A Moda É Ser Cria
Quer Imitar Meu Riscado, Descolorir O Cabelo
Bater Cabeça No Meu Terreiro
É De Arerê, Vento De Matamba
É Dela O Trono Onde Reina O Samba
Sou A Voz Do Gueto, Dona Das Multidões
Matriarca Das Paixões, Mangueira
O Povo Banto Que Floresce Nas Vielas
Orgulho De Ser Favela

Na segunda-feira, dia 3 de março, desfilam pela Marquês de Sapucaí:

Unidos da Tijuca

A cantora Anitta fará sua estreia como compositora de samba-enredo no Carnaval de 2025 no Rio de Janeiro. Ao lado de Estevão Ciavatta, Feyjão, Miguel PG, Fred Camacho e Diego Nicolau, Anitta venceu a disputa de samba da Unidos da Tijuca.

Com o enredo “Logun-Edé: Santo Menino que velho respeita”, que conta a história do orixá filho de Oxóssi e Oxum, a escola será a primeira a se apresentar na Sapucaí na segunda-feira de Carnaval.

Confira a letra do samba:

Reflete o espelho… Orisun
Nas águas de Oxum
À luz de Orunmilá
Magia que desaguou na ribeira
E fez o caçador se encantar
Sou eu, sou eu
Príncipe nascido desse grande amor
Herdeiro da bravura e da beleza
É da minha natureza a dualidade e o fulgor
De tudo que aprendi, o todo que reuni
Fez imbatível a força do meu axé
Com brilho imenso, desafio o consenso, inquieto e intenso
Sou Logum Edé
Oakofaê, odoiá
Oakofaê, desbravei o mar
Não ando sozinho, montei no cavalo marinho
Abri caminho pro povo de Ijexá
E no rufar dos Ilus, meu tambor
A fé no Kale Bokum assentou
A proteção de meus pais, ofás e abebés
Sou a Tijuca e seus candomblés
Um lindo leque se abriu, ori do meu pavilhão
Amarelo ouro e azul pavão
Orixá menino que velho respeita
Recebi sentença de pai Oxalá
Eu não descanso depois da missão cumprida
A minha sina é recomeçar
Logun Edé
Logum arô
Logun Edé loci loci Logun arô
A juventude do Borel
Desce o morro pra cantar em seu louvor

Beija-Flor de Nilópolis

A Beija-Flor de Nilópolis levará para a Marquês de Sapucaí, no próximo Carnaval, a parceria vencedora de Romulo Massacesi, Junior Trindade, Serginho Aguiar Centeno, Ailson Picanço, Gladiador e Felipe Sena.

A escola levará para a avenida o enredo “Laíla de todos os santos, Laíla de todos os Sambas”, um tributo a Luiz Fernando Ribeiro do Carmo, mais conhecido como Laíla, que foi diretor de Carnaval da escola.

Confira a letra do samba:

Ver Post

Kaô meu velho!
Volta e me dá os caminhos
Conduz outra vez meu destino
Traga os ventos de Oyá
Agô meu mestre
Sua presença ainda está aqui
Mesmo sem ver, eu posso sentir
Faz Nilópolis cantar
Desce o morro de Oyó
Benedito e catimbó
O Alabá Doum
Traz o terço pra benzer
E a Cigana Puerê
Meu Exu
De copo no palco, a nota certeira
Regeu o sagrado toda quinta-feira
O brado no tambor, feitiço
Brigou pela cor, catiço
Coragem na fala sem temer a queda
O dedo na cara, quem for contra reza
Vencer o seu verbo
Gênio do ouvido perfeito
A trança nos versos
Divino e humano em seu jeito
Queria paz, mas era bom na guerra
Apitou em outras terras, viajou nas ilusões
Deu voz à favela e a tantas gerações
Eu vou seguir, sem esquecer nossa jornada
Emocionada, a Baixada em redenção
Chama João pra matar a saudade
Vem comandar sua comunidade
Óh Jakutá… O Cristo preto me fez quem eu sou
Receba toda gratidão obá, dessa nação nagô
Da casa de Ogum, Xangô me guia
Da casa de Ogum, Xangô me guia
Dobram atabaques no quilombo Beija-Flor
Terreiro de Laíla meu griô

Vermelha e Branca da Tijuca

Com o enredo intitulado “Salgueiro de Corpo Fechado”, a Vermelha e Branca da Tijuca tentará seu 10º título no Carnaval carioca em 2025. O carnavalesco Jorge Silveira e o enredista Igor Ricardo assinam o trabalho.

A composição vencedora foi de Xande de Pilares, Pedrinho da Flor, Betinho de Pilares, Renato Galante, Miguel Dibo, Leonardo Gallo, Jorginho Via 13, Jefferson Oliveira, Jassa e W. Corrêa.

Confira a letra do samba campeão:

Prepara o alguidar, acende a vela
Firma ponto ao sentinela, pede a benção pra vovô
Faz a cruz e risca a pemba
Que chegou Exu Pimenta e a falange de Xangô
Tem erva pra defumar, carrego o meu patuá
Adorei as almas que conduzem meu caminho
Ê mojubá Marabo invoque a lua
Que o povo da encruza não vai me deixar sozinho
Sou herança dos malês, bom mandingo e arisco
Uso a pedra de corisco pra blindar meu dia a dia no tacho, arruda e alecrim, ooo!
Bala de chumbo contra toda covardia
Tenho a fé que habita o sertão, de Lampião, o cangaceiro
Feito moreno, eu vou viver, mais de cem anos, no meu Salgueiro
Sou espinho qual “fulô” de macambira
Olho gordo não me alcança
Ante o mal a pajelança pra curar
Sempre há uma reza pra salvar
O nó desata, liberdade pela mata
E os mistérios do axé, meu candomblé
Derruba o inimigo um por um
Eu levo fé no poder do meu contra-egum
Salve Seu Zé, que alumia nosso morro
Estende o chapéu a quem pede socorro
Vermelho e branco no linho trajado
Sou eu malandragem de corpo fechado
Macumbeiro, mandingueiro, batizado no gongá
Quem tem medo de quiumba, não nasceu pra demandar
Meu terreiro é a casa da mandinga
Quem se mete com o Salgueiro acerta as contas na curimba.

Vila Isabel

A Vila Isabel vai apresentar um enredo sobre assombrações, intitulado “Quanto mais eu rezo, mais assombração aparece”.

Raoni Ventapane, Ricardo Mendonça, Dedé Aguiar, Guilherme Karraz, Miguel Dibo e Gigi da Estiva formaram a parceria vencedora.

Confira a letra:

Embarque nesse trem da ilusão
Não tenha medo de se entregar
Pois nosso maquinista é capitão
E comanda a multidão que vem lá do boulevard…
O breu e o susto em meio a floresta
Por entre os arbustos, quem se manifesta?…
Cara feia pra mim é fome
Vá de retro lobisomem, curupira sai pra lá.
No clarão da lua cheia
Margeando rio abaixo
Ouço um canto de sereia
Ê caboclo d’água
Da água que me assombra
A sombra da meia-noite
Foi-se a noite de luar
Na tempestade, encantada é a gaiola
Chora viola, pra alma penada sambar
Nas redondezas, credo em cruz, ave-maria
Quanto mais samba tocava, mais defunto aparecia
Silêncio…
Ao som do último suspiro vai chegar
A batucada suingada de vampiros
Quando o apito anunciar…
Eu aprendi que desde os tempos de criança
A minha vila sempre foi bicho-papão
Por isso, me encantei com esse feitiço
Que hoje causa reboliço dentro desse caldeirão
Solta o bicho, minha vila dá um baile de alegria
É o povo do samba virado na bruxaria
Quanto mais eu rezo, quanto mais eu faço prece
Mais assombração que aparece

E na terça-feira, dia 04 de março, encerrando as noites de desfile pela passarela do samba, vão passar:

Mocidade Independente de Padre Miguel

Mocidade Independente de Padre Miguel apresentará o enredo “Voltando para o futuro – não há limites para sonhar”. A parceria dos compositores Paulo Cesar Feital, Cláudio Russo, Alex Saraiça, Denilson Rozario, Carlinhos da Chácara, Marcelo Casanossa, Rogerinho, Nito de Souza, Dr Castilho e Léo Peres venceu a disputa do samba.

Confira abaixo a letra do samba:

A luz que nos chega da estrela primeira,
Nascida do pó no Cruzeiro do Sul
Do plasma divino das mãos carpinteiras
Ressurge candeia no breu nesse azul
Será que o limbo da imaginação
Perverte a inteligência
O homem com sua ambição
Desconhece a razão desatina a Ciência
Será que há de ter carnaval, sem minha cadência?
Com alas em tom digital
No fim da existência
Me diz afinal quem há de arcar com as consequências?
Se a mocidade sonhar
No infinito escrever
Versos a luz do luar, deixa!
Quando o futuro voltar
A juventude vai crer
Que toda estrela pode renascer
O verde adoecido da esperança
Ofega sobre o leito da cobiça
Quem vive pelo preço da cobrança
Derrama sua lágrima postiça
Fogo matando a floresta
Bicho morrendo no cio
Febre no pouco que resta
Secam as águas do rio
E a vida vai vivendo por um fio

Naveguei…
No afã de me encontrar eu me emocionei
Lembrei da corda bamba que atravessei
São tantas as viradas desta vida
A mão que faz a bomba se arrepende
Faz o samba e aprende
A se entregar de corpo e alma na avenida
O céu vai clarear
Iluminar a zona oeste da cidade
E Deus vai desfilar
Pra ver o mago recriar a Mocidade

Paraíso do Tuiuti

Já a Paraíso do Tuiuti levará para a Marquês de Sapucaí, em 2025, a história de Xica Manincongo, a considerada primeira travesti do Brasil, com o enredo “Quem tem medo de Xica Manincongo?”. O tema será desenvolvido pelo carnavalesco Jack Vasconcelos e a obra será assinada pelos compositores Claudio Russo e Gustavo Clarão, com a voz da introdução da faixa sendo do Markinhos, filho do mestre Marcão, e o intérprete oficial da escola, Pixulé.

Confira a letra do samba-enredo:

Só não venha me julgar Ô Ô
Pela boca que eu beijo
Pela cor da minha blusa
E a fé que eu professar
Não venha me julgar
Eu conheço o meu desejo
Este dedo que acusa
Não vai me fazer parar
Faz tempo que eu digo não
Ao velho discurso cristão
Sou Manicongo
Há duas cabeças em um coração
São tantas e uma só
Eu sou a transição
Carrego dois mundos no ombro
Vim Da África Mãe Eh Oh
Mas se a vida é vã Eh Oh
Mumunha
Jimbanda me fiz
N Ganga é raiz
Eu pego o touro na unha
A bicha, invertida e vulgar
A voz que calou o “Cis tema”
A bruxa do conservador
O prazer e a dor
Fui pombogirar na Jurema
Chama a Navalha, a da Praia e a Padilha
As perseguidas na parada popular
E a Mavambo reza na mesma cartilha
Pra quem tem medo o meu povo vai gritar
Eu travesti
Estou no cruzo da esquina
Pra enfrentar a chacina
Que assim se faça
Meu Tuiuti
Que o Brasil da terra plana,
Tenha consciência humana
Chica vive na fumaça
Eh! Pajubá!
Acuendá sem xoxá pra fazer fuzuê
É Mojubá
Põe marafo, fubá e dendê (Pra Exu)

Acadêmicos do Grande Rio

A Acadêmicos do Grande Rio levará para a avenida o enredo “Pororocas Parawaras: As Águas dos Meus Encantos nas Contas dos Curimbós”, trazendo uma jornada mística à cultura do Pará. A parceria vencedora é formada por um grupo de compositores da escola Deixa Falar de Belém do Pará, composto por Mestre Damasceno, Ailson Picanço, Davidson Jaime, Tay Coelho e Marcelo Moraes.

Confira a letra do samba:

A Mina é cocoriô!
Feitiçaria parauara
A mesma lua da Turquia
Na travessia foi encantada
Maresia me guia sem medo
Pro banho de cheiro
Na “en-cruz-ilhada”, espuma do mar
Fez a flor do mururé desabrochar
Pororoca me leva… Pro fundo do igarapé
Se desvia da flecha, não se escancha em puraqué
Quem é de barro no igapó é Caruana
Boto assovia (oi) mãe d’agua dança!
Se a boiúna se agita… É banzeiro! Banzeiro!
Quatro contas, um cocar!
Salve a arara cantadeira!
Borboleta à espreita…
E a onça do Grão-Pará
Na curimba de babaçuê
Tem falange de ajuremados
A macaia codoense é macumba de outro lado
Venham ver as três princesas ‘baiando” no curimbó
É doutrina de santo rodando no meu carimbó!
E foi assim… Suas “espadas” têm as ervas da Jurema
Novos destinos no mesmo poema
E nos terreiros, perfume de patcholi
Acende a brasa do defumador
Pra um mestre batucar a sua fé
Noite de festa! Curió marajoara…
Protege Caxias nas águas de Nazaré!
É força de caboclo, vodun e orixá!
Meu povo faz a curva como faz na gira!
Chama Jarina, Herondina e Mariana
Grande Rio firma o samba no Tambor de Mina!

Portela

E, por fim, a Portela, escola de samba da Zona Norte do Rio de Janeiro e detentora do maior número de títulos do carnaval carioca, levará para a avenida em 2025 o enredo “Cantar será buscar o caminho que vai dar no sol – Uma homenagem a Milton Nascimento”. Será a primeira vez que a Portela homenageia um artista em vida. O samba vitorioso é de Samir Trindade, Fabrício Sena, Brian Ramos, Paulo Lopita 77, Deiny Leite, Felipe Sena e JP Figueira. Os carnavalescos responsáveis pelo enredo são André Rodrigues e Antônio Gonzaga.

Confira a letra do samba:

Manhã,
Alvorada das nossas lembranças
Peito aberto, carrego esperança
Do altar de São Sebastião
Estou onde a mãe do ouro me afaga
E fiel abraçado à Águia
Vou partir em procissão
Na fé, que faz do artista entidade
E sagrada as amizades
Ardem vozes, mil tambores
Nas mãos, girassóis na travessia
Minh’alma em cantoria
Vem a tarde, vão-se as dores
Nessa estrada, é sonho, é poeira
Passa o trem azul, sigo em paz
Feito Rio… só me leva Pra Deus filho de Maria
Tantos mares em um cais
E as raízes se juntaram
Na esquina uniram a nação
Venceram as lutas que travavam
Pra ver Zumbi no céu da canção
Noite apaga o arrebol
Num milagre ser farol
E continuar…
Quem acredita na vida
Não deixa de amar
Dorme a maldade após o temporal
Na bandeira a liberdade, vem Bituca triunfal
Cheguei com meu povo, mesmo sentimento
Onde Candeia é chama
Brilha Milton Nascimento
lyá chamou Oxalá preto rei pra sambar
lyá chamou Oxalá preto rei pra sambar
Anjo negro é o Sol que faz a Portela cantar
Anjo negro é o Sol na minha Portela

Esse desfile promete ser uma grande celebração da cultura, história e talentos do Brasil, com enredos ricos e sambas que exaltam a diversidade e a riqueza da nossa identidade.

Siga a Novabrasil nas redes

Google News

Tags relacionadas

brasilidade Brasilidades capital fluminense carnario carnaval Carnaval 2025 carnaval no rio de janeiro carnaval rio de janeiro cultura escola de samba grupo especial do rio notícias Rio Rio de Janeiro RJ samba Samba-enredo sambas
< Notícia Anterior

“Ainda Estou Aqui” é pré-indicado ao Oscar 2024

17.12.2024 18:15
“Ainda Estou Aqui” é pré-indicado ao Oscar 2024
Próxima Notícia >

10 comidas típicas do Natal que não podem faltar na ceia do brasileiro

18.12.2024 10:05
10 comidas típicas do Natal que não podem faltar na ceia do brasileiro
colunista

Carnaval Direto da Fonte com Sérgio Leão

Suas redes