
Incêndio em fábrica causa vazamento de óleo na Baía de Guanabara
Incêndio em fábrica causa vazamento de óleo na Baía de Guanabara
Inea trabalha para conter a contaminação, enquanto Polícia Civil e MPRJ investigam as causas e impactos ambientais causados pela Moove


O Instituto Estadual do Ambiente (Inea) identificou a presença de resíduos oleosos na Baía de Guanabara, na região onde está localizada a fábrica da Moove Lubricants Holdings, na Ilha do Governador.
O local foi atingido por um incêndio no sábado, que só foi completamente controlado após 28 horas de combate pelos bombeiros.
A Cosan, empresa controladora da Moove, declarou que adotou medidas emergenciais para contenção dos danos ambientais, sociais e financeiros, visando minimizar os impactos.
Durante o domingo, equipes do Inea instalaram boias para conter a propagação dos poluentes. Segundo o instituto, as ações fazem parte do Plano de Área da Baía de Guanabara, com equipes mobilizadas para recolher os resíduos e evitar sua dispersão para outras regiões.
O incêndio atingiu áreas produtivas e setores administrativos que não estavam em operação, mas não afetou a infraestrutura logística, os tanques de armazenamento nem os armazéns, conforme informado pela Cosan.

Nesta segunda-feira, a Polícia Civil, por meio da 37ª DP (Ilha), enviou peritos ao local para investigar as causas do incêndio.
O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) também anunciou que vai apurar as causas e os impactos ambientais do incidente.
Como uma das primeiras medidas, solicitou ao Inea um relatório técnico detalhado sobre a operação da fábrica, as possíveis origens do incêndio e os danos ambientais causados.
Veja também:
O MPRJ ressaltou que a unidade já era alvo de uma ação civil pública desde 2013, movida contra a Exxonmobil Química LTDA., então proprietária do local, devido à contaminação ambiental gerada por suas atividades.
Com a venda da fábrica, a Cosan Lubrificantes e Especialidades S/A assumiu as obrigações judiciais relacionadas ao processo.

Em 2024, a empresa manifestou interesse em firmar um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com o MPRJ para reparar os danos ambientais, mas as negociações não avançaram devido à complexidade técnica na definição do valor da indenização.
Agora, com o incêndio, o MPRJ informou que qualquer negociação de TAC está suspensa até que as causas do acidente e seus impactos ambientais sejam totalmente esclarecidos.