Documentário sobre Paulo Borges, fundador do SPFW, estreará em 2025
Documentário sobre Paulo Borges, fundador do SPFW, estreará em 2025
Serão três episódios para contar a trajetória profissional
Paulo Borges, de 62 anos, idealizador e diretor criativo do SPFW, o maior evento de moda da América Latina, será protagonista, em 2025, de um documentário. Serão três episódios para contar a trajetória profissional.
O documentário haverá relatos pessoais. “As pessoas vão entender mais intimamente a minha visão e entender mais intimamente onde a minha mão foi sendo colocada em cada parte da história na moda”, revelou Borges ao site metropoles.com.
Marcas destacam o Nordeste como fonte de inspiração em desfiles na SPFW
A moda brasileira tem sido palco de uma efervescência criativa, em que designers de diversas regiões do país têm encontrado espaço para expressar suas identidades culturais e histórias pessoais.
Na última edição da São Paulo Fashion Week, as marcas Catarina Mina e Marina Bitu deram o destaque ao trabalho manual feminino cearense, o estilista Walério Araújo prestou homenagem à sua mãe, que é pernambucana, assim como ele, e a Dendezeiro se destacou, novamente, com seu DNA baiano.
O resgate das tradições, o olhar para o cotidiano e a valorização das raízes culturais são elementos essenciais que permeiam as coleções, reforçando a importância do Nordeste como fonte inesgotável de inspiração e criatividade na moda contemporânea brasileira.
A marca cearense Catarina Mina estreou na São Paulo Fashion Week com uma coleção que homenageia as artesãs e sua tradição de trabalho manual. Composta por peças feitas à mão e utilizando seis técnicas artesanais diferentes, a coleção destaca a beleza da renda e o papel das artesãs como guardiãs de uma tradição cultural valiosa. A predominância feminina valorizando a região do Ceará é evidente.
“Eu fico muito feliz de estar puxando esse movimento junto com tantas mulheres incríveis olhando para o lugar da mulher”, conta a designer Celina Hissa. Ela ressalta também a importância do artesanato como geração de renda para mulheres, no sustento de famílias e na valorização do trabalho doméstico.
A marca, que promove ações para valorizar e preservar o artesanato há cerca de 18 anos, conta com uma rede de 450 artesãs. A linha representa a autenticidade do Nordeste, assim como Marina Bitu, que nasceu também no Ceará.
“Quando nos colocamos como uma marca nordestina a nível nacional, estamos também dizendo para esse Brasil que existem outros polos que não só o Sudeste para os quais temos que olhar. E que fazem moda, não só fazem roupa”, diz Marina Bitu.
Marina Bitu é liderada por duas mulheres e busca introduzir suas referências culturais nordestinas em um cenário cosmopolita, destacando a diversidade e a riqueza cultural. Nos últimos anos, a visibilidade da marca cresceu, e Bitu afirma que o momento atual da moda tem despertado mais atenção em regiões brasileiras fora do Sudeste.
“Os criadores nordestinos nos últimos anos fizeram um trabalho muito importante, principalmente ao atuarem na manutenção dos nossos saberes tradicionais, dos nossos fazeres manuais. E eu acho que isso tem sido um movimento muito interessante e muito importante. Acho que é de fato um divisor de águas na história da nossa moda brasileira”, completa.
Na coleção atual, inspirada no Cariri, as principais referências são a geologia da Chapada do Araripe localizada entre Ceará, Pernambuco e Piauí e as manifestações culturais locais, também com o foco nas mulheres como criadoras e mantenedoras das tradições artesanais.
Já Walério Araújo, que está na estrada há mais anos do que as marcas acima, tem um outro olhar do Nordeste. Natural de Pernambuco, o designer busca mostrar suas raízes de uma forma ousada e criativa em suas roupas. Cores vivas, estampas exuberantes e texturas criativas costumam marcar suas criações. Nesta temporada, Araújo prestou uma homenagem à sua mãe, Dona Maria do Carmo, conhecida como Dona Neném, que completa 95 anos neste ano.
Folhapress