
Corpo de Piruinha, veterano do jogo do bicho, é velado no Rio


Carnaval Direto da Fonte com Sérgio Leão
Jornalista, roterista e radialista
Corpo de Piruinha, veterano do jogo do bicho, é velado no Rio
Antes de ingressar no jogo do bicho, Escafura foi motorista de lotação, na década de 1950. O contraventor é pai de 19 filhos

O corpo de José Caruzzo Escafura, conhecido como Piruinha, está sendo velado nesta quinta-feira (23) no Clube Sambola, em Piedade, na Zona Norte do Rio de Janeiro. O velório vai seguir até às 15h. O sepultamento vai acontecer às 16h no Cemitério de Inhaúma.
Piruinha, que tinha 95 anos, era o contraventor mais idoso da antiga cúpula do jogo do bicho no Rio de Janeiro. Entre os membros da velha guarda, ainda estão vivos Anísio Abraão David, o Anísio, e Aírton Guimarães Jorge, o Capitão Guimarães.
Antes de ingressar no jogo do bicho, Piruinha trabalhou como motorista de lotação na década de 1950. Posteriormente, passou a gerenciar bancas na região de Piedade, Abolição e Inhaúma, onde exerceu grande influência no auge da contravenção.
Desde a divisão territorial do Rio de Janeiro entre os principais banqueiros do jogo do bicho na década de 1970, Piruinha assumiu o controle das operações em áreas como Madureira, Cascadura, Abolição, Piedade, Inhaúma e Maria da Graça. Ele foi um dos 14 banqueiros presos e condenados em 1993 pela juíza Denise Frossard, da 14ª Vara Criminal, por formação de quadrilha ou bando armado, recebendo a pena máxima de seis anos de detenção.

No mesmo processo, os acusados também enfrentaram denúncias de tráfico de drogas e tortura, mas, por falta de provas, esses crimes foram excluídos nas alegações finais. O Supremo Tribunal Federal (STF) revisou a sentença, reduzindo a pena para a metade. Com recursos judiciais, advogados conseguiram também a exclusão do crime de bando armado. Quase cinco anos depois, todos os condenados já haviam sido libertados.
No ano passado, Piruinha foi julgado sob a acusação de ser o mandante do assassinato do comerciante Natalino José do Nascimento Espínola, mas acabou absolvido. Antes disso, passou dois anos preso e, após sofrer uma queda na cadeia, foi transferido para prisão domiciliar. No fim de 2023, o contraventor foi internado devido a uma pancreatite.
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