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23 anos sem Wilson Simonal

Isabella Oliveira
09:30 25.06.2023
Brasilidade

23 anos sem Wilson Simonal

Na data de hoje, há exatos 23 anos, o Brasil se despedia de uma das maiores vozes da música popular brasileira de todos os tempos: Wilson Simonal. Sua exímia qualidade vocal e rítmica, seu carisma, presença de palco e domínio do público lhe garantiram um estrondoso sucesso durante as décadas de 60 e 70 e … Continued

Isabella Oliveira - 25.06.2023 - 09:30
23 anos sem Wilson Simonal
Simonal foi considerado o Rei do Swing ou Rei da Pilantragem| Foto: Domínio público / Acervo Arquivo Nacional

Na data de hoje, há exatos 23 anos, o Brasil se despedia de uma das maiores vozes da música popular brasileira de todos os tempos: Wilson Simonal.

Sua exímia qualidade vocal e rítmica, seu carisma, presença de palco e domínio do público lhe garantiram um estrondoso sucesso durante as décadas de 60 e 70 e o colocaram entre os gigantes da nossa MPB.

O cantor e compositor era um artista completo – um showman – que regia uma plateia de 30 mil pessoas como se fossem parte de seu coro e transformava em hit tudo o que gravava. 

Nesta matéria, relembre a carreira do Rei do Swing e seus maiores sucessos:

Simonal foi considerado o Rei do Swing ou Rei da Pilantragem| Foto: Domínio público / Acervo Arquivo Nacional

Quem foi Simonal?

Simonal foi eleito a quarta maior voz brasileira de todos os tempos, segundo lista da Revista Rolling Stone Brasil de 2012.

A forma magistral como misturou a bossa nova e o samba com a nascente música soul americana, o jazz, a música de protesto e o rock iê-iê-iê que já se fazia por aqui na época – criando um som que era diferente de tudo isso e sem perder a qualidade (que ele próprio definia como algo que se comunicasse melhor com as massas, com bom gosto e popularidade) – constituiu-se em um movimento que foi chamado futuramente de Pilantragem.

Por isso, ficou conhecido como Rei da Pilantragem ou Rei do Swing.

O que aconteceu com Simonal na ditadura?

Apesar do estrondoso sucesso inicial, Simonal terminou a vida no ostracismo e tentando provar que não tinha nenhuma ligação como informante do DOPS, quando – no auge de sua carreira e em tempos duros de regime militar – envolveu-se com agentes da polícia para tentar dar um susto em seu contador, pelo qual desconfiava que estava sendo roubado. 

A mídia e a classe artística da época passaram a boicotar Simonal, que não conseguiu (em vida) provar que não tinha envolvimento com os órgãos repressores, que prendiam e torturavam os seus colegas artistas, mas que – sim – tinha cometido um erro e pagado pelos crimes a que foi condenado ao ter participação no sequestro e tortura sofridos por seu contador.

Infelizmente, Wilson Simonal nos deixou aos 62 anos, por complicações provenientes do alcoolismo que passou a enfrentar por cair no esquecimento e ter sua brilhante carreira destruída.

O legado

Mas seu legado continua vivíssimo, tanto em suas canções maravilhosas, como em seus dois talentosos filhos – Simoninha e Max de Castro –  que tanto lutaram para provar a inocência do pai e, em 2003, conseguiram que Simonal fosse moralmente reabilitado pela Ordem dos Advogados do Brasil, em julgamento simbólico.

Sua vida virou filme (que nos mostra o quanto o racismo teve influência no julgamento imperdoável que Simonal sofreu por parte da mídia, da classe artística e da opinião pública no auge de sua carreira), musical, livro e especial comandando pelos seus filhos – o maravilhoso Baile do Simonal!

Os maiores sucessos de Simonal

Entre os maiores sucessos em sua voz estão:

Meu Limão, Meu Limoeiro (música tradicional adaptada por José Carlos Burle)

Sá Marina (de Antônio Adolfo e Tibério Gaspar)

País Tropical (de Jorge Ben Jor)

Carango (de Carlos Imperial e Nonato Buzar)

Nem Vem Que Não Tem (de Carlos Imperial)

Mamãe Passou Açúcar em Mim (de Carlos Imperial)

Vesti Azul (de Nonato Buzar)

Tributo a Martin Luther King (de Simonal em parceria com Ronaldo Bôscoli)

A música se tornou um grande hino de combate ao preconceito racial.

Viva, Simonal!

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