12 sucessos imprescindíveis de Arlindo Cruz para a MPB

Hoje é aniversário de um dos maiores sambistas da nossa história: o cantor, compositor e instrumentista carioca Arlindo Cruz.

Criado em Madureira, no subúrbio do Rio de Janeiro, Arlindo ganhou seu primeiro cavaquinho aos sete anos de idade e, aos 12 já aprendia violão e tirava muitas canções de ouvido. Logo, entrou para a escola Flor do Méier, na Zona Norte do Rio, onde estudou teoria, solfejo e violão clássico por dois anos.

Já nessa época, começou a trabalhar profissionalmente como músico, fazendo rodas de samba com vários artistas, inclusive com o grande Candeia, que frequentava sua casa, por ser amigo de seu pai, músico amador. Com Candeia, Arlindo gravou seu primeiro disco, um compacto simples, pela gravadora Odeon, e um LP chamado Roda de Samba, em ambos tocando cavaquinho.

Um pouco mais velho, Arlindo Cruz foi um dos fundadores da roda de samba do Bloco Carnavalesco Cacique de Ramos, que foi o ponto de partida para a formação de muitos artistas do nosso samba.

Arlindo estava na roda de samba todas as quartas-feiras, ao lado de nomes como Jorge Aragão, Beth Carvalho, Beto sem Braço, Ubirany, Almir Guineto, Zeca Pagodinho e Sombrinha.

Logo no primeiro ano de Cacique de Ramos, o compositor teve 12 canções suas gravadas por vários intérpretes. A primeira delas foi Lição de Malandragem, parceria sua com Rixxa, gravada pelo sambista David Correia, em 1981. 

Logo em seguida, Arlindo Cruz entrou para o Fundo de Quintal, um dos mais importantes grupos de samba da história do nosso país, do qual foi integrante e um dos principais compositores por 12 anos. Com o Fundo de Quintal, Arlindo lançou 11 álbuns.

Em 1993, o sambista saiu do Fundo de Quintal e começou uma carreira solo de sucesso. Desde então, lançou oito álbuns solo, entre ao vivo e de estúdio, dos DVDs, e diversos álbuns em parcerias, com nomes como Sombrinha (cinco álbuns somente nesta parceria), Rogê e com seu filho, Arlindinho.

Arlindo Cruz também foi responsável – por muitos anos – pelos sambas enredo de sua escola de samba do coração: o Império Serrano. A primeira das onze vitórias que teve com a escola foi em 1989, no enredo Jorge Amado, Axé Brasil. 

Depois disso, ele também compôs sambas enredos vencedores para outras escolas cariocas: Grande Rio, Vila Isabel e Leão de Nova Iguaçu.

Vários de seus álbuns foram indicados ao Grammy Latino, na categoria Samba/Pagode e, em 2015, Arlindo Cruz ganhou o 26º Prêmio da Música Brasileira, na categoria Melhor Músico de Samba.

Infelizmente, em março de 2017, o compositor sofreu um acidente vascular cerebral que deixou sequelas. Em meados de 2018, recebeu alta médica e foi para casa sob cuidados da família e enfermeiros. 

Em 2023, Arlindo Cruz foi homenageado pela G.R.E.S Império Serrano com o samba enredo Lugares de Arlindo, da autoria de Sombrinha, Aluísio Machado, Carlos Senna, Carlitos Beto Br, Rubens Gordinho e Ambrósio Aurélio.

E hoje, para homenageá-lo, nós trouxemos12 sucessos imprescindíveis de Arlindo Cruz para a nossa música popular brasileira, ele, que tem mais de 500 composições gravadas por vários artistas da MPB, principalmente sambistas. 

Aproveite!

12 sucessos imprescindíveis de Arlindo Cruz para a MPB

1 – Ainda é Tempo Pra Ser Feliz

Parceria com Sombra e Sombrinha, Ainda é Tempo Pra Ser Feliz foi lançada em 1998, por um dueto de peso: Beth Carvalho e Zeca Pagodinho, para o álbum Zeca Pagodinho.

Depois, foi regravada por nomes como Hamilton de Holanda, Gil de Lucena e pelos próprios compositores, Arlindo e Sombrinha.

2 – Bagaço da Laranja

Parceria com Zeca Pagodinho, Bagaço da Laranja foi lançada em 1985, no antológico álbum Raça Brasileira, e interpretada por Jovelina Pérola Negra, Zeca Pagodinho e Pedrinho da Flor.

Depois, foi regravada por muitos grandes nomes da nossa música, como: Alcione, Beth Carvalho, Leci Brandão, Grupo Revelação, Seu Jorge, Emicida e por Arlindo com Sombrinha.

3 – Camarão que Dorme a Onda Leva

Parceria com Zeca Pagodinho e Beto Sem Braço, Camarão que Dorme a Onda Leva foi lançada em 1983, mais uma vez em um dueto formado por Beth Carvalho e Zeca Pagodinho, desta vez para o álbum Suor no Rosto, da Madrinha do Samba.

Depois, foi regravada por nomes como: Almir Guineto, Diogo Nogueira e pelo próprio Arlindo.

4- Maltratar não é Direito

Parceria de Arlindo Cruz com Franco, Maltratar não é Direito foi um dos maiores sucessos do álbum Samba Meu, de Maria Rita, em 2007.

Em 2015, a cantora regravou a canção em uma participação no álbum Na Veia, de Arlindo com Rogê.

5 – Meu Lugar

Um dos maiores sucessos da carreira de Arlindo Cruz, Meu Lugar é uma parceria com Mauro Diniz, lançada pelo próprio Arlindo, em seu álbum Sambista Perfeito, de 2007.

Depois, foi regravada por Beth Carvalho, em seu álbum Ao Vivo no Parque Madureira, de 2014.

6 – Num Corpo Só

Mais uma composição de Arlindo Cruz – dessa vez em parceria com Picolé – que é sucesso na voz de Maria Rita: Num Corpo Só, também lançada no álbum Samba Meu, em 2007.

7 – O Que é o Amor

Outra composição de Arlindo Cruz que explodiu na voz de Maria Rita, no álbum Samba Meu, de 2007: O Que é o Amor.

Parceria com Maurição e Fred Camacho, Arlindo Cruz gravou a canção no mesmo ano, no álbum Sambista Perfeito, e – depois – o sambista e a cantora a gravaram em dueto, no disco Arlindo Cruz Convida, de 2011.

O Que é o Amor ainda foi gravada em 2014, por Diogo Nogueira e Hamilton de Holanda, no álbum Bossa Negra, e por Mariene de Castro, no álbum Colheita.

8 – O Show Tem Que Continuar

Um dos maiores sucessos da história do Fundo de Quintal e um dos sambas mais importantes do Brasil, O Show Tem Que Continuar é uma parceria de Arlindo Cruz com Sombrinha e Luiz Carlos da Vila. 

Foi lançada pelo grupo em 1988, e depois regravada por diversos grandes nomes, como: Exaltasamba, Beth Carvalho, Elba Ramalho, Leci Brandão, Jovelina Pérola Negra e Grupo Revelação.

9 – Samba de Arerê

Parceria de Arlindo Cruz com Xande de Pilares e Mauro Júnior, Samba de Arerê foi lançada por Beth Carvalho em 1999, no álbum Pagode de Mesa ao Vivo, e – depois – regravada por nomes como o Grupo Revelação, Diogo Nogueira e Roberta Sá.

10 – Saudade Louca

Saudade Louca é uma parceria de Arlindo com seu irmão Acyr Marques e com Franco, lançada por Zeca Pagodinho, no álbum Boêmio Feliz, de 1989.

Depois, foi gravada por nomes como o próprio Arlindo Cruz, Beth Carvalho, Maria Rita, Mariene de Castro e Seu Jorge.

11 – Só Pra Contrariar

Outro sucesso de Arlindo Cruz gravado pelo grupo Fundo de Quintal: Só Pra Contrariar, uma parceria com Sombrinha e Almir Guineto, de 1986, no álbum O Mapa da Mina.

Para fechar, mais uma composição de Arlindo Cruz que é sucesso na voz de Maria Rita: Tá Perdoado, também lançada no álbum Samba Meu, em 2007, parceria do sambista com Franco.

por Lívia Nolla