Chico César é um dos cantores de MPB mais importantes na história brasileira. Ele conseguiu passar, por meio de canções, críticas sociais, sentimentos e indignações de uma forma esplendorosa. Conhecer a música de Chico César é conhecer a história do Brasil e a origem de seu povo. Por isso, é muito importante saber mais sobre o artista e sua contribuição para a identidade cultural brasileira.

Música de Chico César emociona ouvintes e é um marco histórico para o cenário musical brasileiro
Música de Chico César emociona ouvintes e é um marco histórico para o cenário musical brasileiro. | Foto: @giuliannemartins/Instagram.

Quem é Chico César?

Chico César é, sem sombra de dúvidas, um dos artistas mais importantes para a história do MPB, e, consequentemente, para a história do Brasil. Entretanto, pouco se sabe sobre sua biografia e quais os aspectos principais de sua vida que levaram ele a ser quem ele é, e a ter contribuído tanto para a cultura brasileira. 

O nome de batismo de Chico César é Francisco César Gonçalves, sendo “Chico” um apelido que pegou logo na infância. O cantor nasceu na Paraíba, em uma cidade do interior chamada Catolé da Rocha. Seu nascimento foi em 26 de janeiro de 1964, hoje Chico tem 58 anos. 

Aos 16 anos, se mudou para João Pessoa, a capital da Paraíba, para estudar. Ele fez faculdade de Jornalismo na Universidade Federal da Paraíba e, durante o período de estudante, participou de diversos projetos culturais que envolviam poesia e música. Esse foi um período marcado pela ditadura militar, e tudo que Chico estava envolvido fazia oposição ao regime, inclusive participou de um grupo chamado “Guerrilha Cultural”.

Quando Chico César se formou na universidade, aos 21 anos, se mudou para a capital de São Paulo e lá começou a trabalhar como revisor de textos da Editora Abril. Nesse meio tempo, ele nunca abandonou a música, treinava violão com frequência. Até que, em 1991, Chico César foi chamado para participar de uma turnê na Alemanha, e então iniciou-se sua história no mundo da música. 

Inicialmente, Chico César monta uma banda chamada Cuscuz Clã, fazendo uma alusão irônica ao movimento racista que ocorreu nos EUA e, ao mesmo tempo, colocando uma pontada regionalista relacionada ao Nordeste, onde Chico nasceu. Nessa época, a banda tocava em uma casa de shows paulista chamada Blen Blen Club.

Discografia

A partir daí, Chico César só decolou como cantor e compositor, lançando uma série de discos que continham músicas extremamente importantes para a cultura brasileira, especialmente para a cultura preta. Em 1995 Chico lança seu primeiro álbum, o chamado “Aos Vivos” que apresentava a música “Mama África“, uma das mais conhecidas de sua carreira e bastante premiada pelo mundo. 

Na época de “Aos Vivos”, Chico César também escreveu livros. O ano de 1995 foi muito importante para a sua carreira, além do primeiro álbum, ele lançou o primeiro livro, intitulado Cantáteis, cantos elegíacos de amizade, as escrituras feitas por Chico veio ao mundo a partir da editoria Garamond.

Apenas um ano depois, em 1996, Chico César lançou o seu segundo álbum, chamado “Cuscuz Clã”, que ganhou esse nome em homenagem a sua primeira banda. Esse álbum tem participação especial de Zeca Baleiro, na música “Pedra de Responsa”.

Em 1997, o cantor paraibano lança o seu terceiro álbum: “Beleza Mano”, o álbum contém 19 faixas de sua composição. Dois anos depois, em 1999, Chico lançou o seu quarto álbum, chamado “Mama África”, como homenagem à faixa de seu primeiro álbum, que fez muito sucesso e lhe rendeu muitos prêmios. 

Em 2002 chega ao mundo o seu quinto disco, intitulado “Respeite meus Cabelos Brancos“. Esse álbum, em especial a faixa homônima, foi muito elogiado pelo reconhecimento racial presente ali, com bastante críticas ao racismo estrutural no Brasil. Já em 2006, Chico César lançou seu sexto álbum, contendo 12 músicas e intitulado “De Uns Tempos Pra Cá”.

Após dois anos de preparação, Chico César lança em 2008 o disco “Francisco, Forró y Frevo”. Esse é um álbum muito interessante, que voltou às paradas recentemente graças à Juliette, que no BBB 21 escutou “Deus me Proteja“. Além dessa baixa, o disco apresenta críticas fortes à homofobia. Em 2015, é lançado o álbum “Estado de Poesia”, que mistura músicas novas com antigos sucessos ao vivo. 

Em 2019, veio ao mundo o último álbum de Chico César até hoje, chamado de “O Amor é um Ato Revolucionário”, o álbum contém 14 faixas, com participações de Agnes Nunes e Flaira Ferro. Estamos esperando ansiosamente por mais um álbum, não demore hein, Chico!

Prêmios e indicações

Chico César já foi indicado e chegou a ganhar inúmeros prêmios que reconheciam e o recompensavam por sua enorme contribuição para a música popular brasileira. O ano de 1996 foi o melhor para o cantor no quesito premiação, já que ele ganhou 3 importantes prêmios. 

O primeiro deles foi no Prêmio Sharp, na categoria “Revelação Regional”; o segundo veio da Associação Paulista de Críticos de Arte, por seu segundo álbum “Cuscuz Clã”; o terceiro e último deles foi na categoria Música do Ano por “À Primeira Vista”, entregue pelos “Melhores do Ano”. 

A música “À Primeira Vista” lhe rendeu mais de um prêmio em 1997, também na categoria de Melhor Música, mas, dessa vez, ele foi entregue pelo Troféu Imprensa. Também em 1997, Chico César ganhou a categoria de Melhor Videoclipe de MPB, no MTV Video Music Brasil pelo clipe de “Mama África”. 

Já em 2016, Chico César acumulou 2 indicações. A primeira delas foi no prêmio de Melhor Cantor na categoria Pop / rock / reggae / hiphop / funk no Prêmio da Música Brasileira pelo lançamento do álbum “Estado de Poesia”. No mesmo ano, ele foi indicado ao Prêmio Jabuti na categoria Melhor Livro de Poesia pelo livro Versos Pornográficos. 

Para ouvir muitas músicas dos diversos álbuns de Chico César, fique ligado na programação da Novabrasil, emissora com o foco na música popular brasileira, que traz o DNA da cultura brasileira nas diversas canções tocadas diariamente.