Elenco da primeira versão do ‘Sítio do Picapau Amarelo’ | Foto: Globo/Divulgação.

Hoje, aqui no Brasil com S, a gente fala sobre o Sítio do Picapau Amarelo.

O ‘Sítio do Picapau Amarelo’ foi criado pelo escritor brasileiro Monteiro Lobato entre os anos de 1920 e 1947, o Sítio do Picapau Amarelo é uma série de 23 volumes de literatura fantástica, sendo um dos maiores representantes da literatura infantil educativa brasileira.

A história passa-se em um sítio que leva o nome de Picapau Amarelo, onde mora uma senhora chamada Dona Benta, junto com sua neta Lúcia – apelidada de Narizinho – a Tia Anastácia – cozinheira que trabalha na casa – e o Tio Barnabé.

Nos livros da série, o Sítio também recebe a visita de outro neto da Dona Benta, o aventureiro Pedrinho, que vive na cidade grande e vem passar as férias com a avó e a prima. Muito sábia e ávida leitora, Dona Benta sempre lê e ensina coisas novas aos netos, contando para eles sobre a cultura do Brasil e do mundo. 

Já Tia Anastácia, além de preparar os famosos bolinhos de chuva, ensina as crianças sobre cultura popular e o folclore brasileiro. Tia Anastácia costurou para Narizinho a sua boneca de pano falante e amiga inseparável, a espevitada Emília.

As leituras e ensinamentos de Dona Benta e Tia Anastácia levam as crianças a desenvolverem sua criatividade e imaginarem um mundo de fantasias, envolvendo-se em diversas aventuras.

Tio Barnabé é um grande conhecedor da floresta e de seus habitantes, sejam eles fantásticos ou reais. Alguns desses habitantes fantásticos do Sítio, por exemplo, são o Saci Pererê, a Cuca e o Visconde de Sabugosa, um boneco feito de sabugo de milho, cuja sabedoria também obteve por meio dos livros da estante de Dona Benta. 

Nas aventuras, o Visconde é sempre escolhido por Pedrinho para fazer as coisas mais perigosas, pelo fato de ele ser “consertável”. A Emília também usa e abusa do Visconde, ameaçando “depená-lo”. Já entre os animais do Sítio, temos o Porco Rabicó e o Rinoceronte Quindim.

Entre os livros mais famosos do Sítio do Picapau Amarelo estão: As Reinações de Narizinho, Caçadas de Pedrinho, O Picapau Amarelo, Memórias da Emília e Histórias da Tia Anastácia.

O Sítio também foi adaptado diversas vezes, desde os anos 1950, para filmes e séries de televisão.

As trilhas sonoras das séries inspiradas no Sítio do Picapau Amarelo são um capítulo à parte. Muitas das canções foram compostas e interpretadas por grandes nomes da nossa MPB, como – por exemplo – a faixa que leva o nome da série, música tema composta e cantada por Gilberto Gil:

“Marmelada de banana

Bananada de goiaba

Goiabada de marmelo

Sítio do Pica-Pau Amarelo

Boneca de pano é gente

Sabugo de milho é gente

O sol nascente é tão belo

Sítio do Pica-Pau Amarelo

Rios de prata pirata

Voo sideral na mata

Universo paralelo

Sítio do Pica-Pau Amarelo

No país da fantasia

Num estado de euforia

Cidade polichinelo

Sítio do Pica-Pau Amarelo”

 

Outros clássicos do seriado são as canções Narizinho, de Ivan Lins e Vitor Martins; Visconde de Sabugosa, de Aldir Blanc e João Bosco; A Cuca te Pega, de Dori Caymmi e Geraldo Casé, Tia Anastácia, de Dorival Caymmi, Pirlimpimpim, de Moraes Moreira e Fausto Nilo; Emília, a Boneca da Gente, de Pepeu Gomes e Baby do Brasil; Saci Pererê, de Jorge Ben Jor; e O Reino das Águas Claras, de Jorge Vercillo.

Apesar de todo o seu sucesso ao longo das últimas décadas e da sua imensa contribuição para a cultura popular brasileira, algumas obras de Monteiro Lobato –  inclusive o Sítio do Picapau Amarelo – são consideradas racistas pela forma com que retratam os personagens negros e suas relações. Alguns desses  livros foram, inclusive, reeditados.