Este conteúdo faz parte do Acervo MPB, podcast com áudio-biografias de grandes nomes da nossa MPB, escute aqui:

– Gilberto Gil é praticamente um patrimônio cultural do Brasil. A contribuição de Gilberto Gil para a música e a cultura brasileira é histórica e imensurável.

– Cantor, compositor, exímio multi-instrumentista e produtor musical, foi Ministro da Cultura entre os anos de 2003 e 2008, circulando também pelo universo sócio-político, ambiental e cultural internacional. Também foi Vereador em Salvador, de 1989 a 1992.

– Sua rica produção fonográfica, em plena atividade até os dias de hoje, soma – ao todo – quase 60 álbuns e em torno de 4 milhões de cópias vendidas.

– Conhecido mundialmente, Gil já venceu nove Grammys, entre Estadunidenses e Latinos, e já realizou turnês pelas Américas, Ásia, África e Oceania.

– Foi Embaixador da ONU para Agricultura e Alimentação e nomeado “Artista da Paz” pela UNESCO.

– Versátil, bebe de várias fontes. Sua música tem influências de gêneros tradicionalmente brasileiros como o samba, o baião e o forró e também do rock, da música africana, do reggae, do funk, do jazz, entre outros.

– Difícil não encontrar um grande nome da música popular brasileira que não tenha gravado uma música de Gilberto Gil. Ele é uma referência tanto para os que começaram junto com ele, como para os que vieram depois e também para os que continuam a surgir no cenário nacional a cada dia.

– Baiano de Salvador, começou a estudar e tocar acordeom com nove anos de idade e, já nesta época, foi influenciado pela musicalidade do sertão e pelas procissões que passavam na frente da casa em que passou a infância, em Ituaçu, no interior da Bahia. Escutava Luiz Gonzaga, Orlando Silva e Bob Nelson. Foi nesta época também que teve seu primeiro contato com o jazz.

– Quando conheceu João Gilberto, a bossa nova e também as canções de Dorival Caymmi, trocou o acordeom pelo violão, instrumento que domina de forma primorosa. Mais pra frente, aderiu também à guitarra elétrica.

– Sua musicalidade, desde sempre, tomou formas rítmicas e melódicas muito pessoais e Gil sempre cantou sobre o regionalismo, as histórias e a realidade do nosso país e do povo brasileiro.

Gil e seus pais, Claudina Passos Gil Moreira e José Gil Moreira

– Antes de decidir seguir carreira definitivamente na música, Gil cursou administração de empresas na Universidade da Bahia e chegou a trabalhar na Gessy Lever, em São Paulo. Mas a música sempre falou mais alto. Já na faculdade organizava festivais e eventos musicais.

– Foi na Universidade da Bahia que Gil conheceu Caetano Veloso, seu grande parceiro e amigo até os dias atuais. Foi nesta época também que conheceu as cantoras Gal Costa e Maria Bethânia.

– Juntos, Gil, Caetano, Bethânia, Gal e Tom Zé fizeram – em 1964 – o show Nós, Por exemplo, para inaugurar o Teatro Vila Velha, de Salvador; com um repertório de canções da Bossa Nova, de Dorival Caymmi e de cada um dos compositores do elenco.

– No mesmo ano, fizeram juntos mais um espetáculo: Nova Bossa Velha, Velha Bossa Nova.

– Em 1965, estiveram mais uma vez juntos no espetáculo Arena canta Bahia, dirigido por Augusto Boal.

– Foi nesta mesma época que Gil gravou sua primeira fita demo. Anos depois, muitas das canções apresentadas nesta gravação foram resgatadas para compor o álbum Retirante, produzido em 2010, com músicas gravadas por Gil antes de alcançar o sucesso, entre os anos de 62 e 66.

– Gil começou a se destacar na televisão, principalmente por suas participações no programa ‘O Fino da Bossa’, apresentado por Elis Regina. Em 66, no mesmo ano em que participava do programa de TV, Gil foi contratado pela Philips para fazer seu primeiro LP e se muda para o Rio de Janeiro, abandonando de vez a carreira corporativa para se dedicar inteiramente à música.

Gilberto Gil no programa ‘O Fino da Bossa’, apresentado por Elis Regina

– Neste mesmo ano, Gil viajou para Recife, conheceu a Banda de Pífanos de Caruaru e outras tradições locais, voltando com muitas influências da cultura popular regional.

– Além disso, começou a beber muito de fontes estrangeiras e ficou deslumbrado quando conheceu o compacto com Strawberry Fields Forever, dos Beatles, banda da qual já era muito fã, mas que surgia – pela primeira vez – com uma musicalidade mais moderna e cheio de experimentalismo.

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