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8 fatos importantes sobre fertilidade que talvez você não saiba

Mulher 4.0
17:22 27.06.2024
Autor

Mulher 4.0

Aline Dini e Michelle Trombelli
Universo feminino

8 fatos importantes sobre fertilidade que talvez você não saiba

Junho é considerado considerado o mês Mundial de Conscientização da Infertilidade, um problema que afeta cada vez mais casais

Novabrasil - 27.06.2024 - 17:22
8 fatos importantes sobre fertilidade que talvez você não saiba
Foto: freepik.com.

O que você realmente sabe sobre planejamento reprodutivo? Você, assim como milhares de pessoas, faz parte do time que postergou a decisão pela parentalidade, sem saber ao certo se ou quando deseja ter filhos?

Precisamos conversar sobre isso, especialmente porque, no que diz respeito às mulheres, o tempo definitivamente não espera. A queda na quantidade e qualidade de óvulos com o passar dos anos é real, e esse tem sido um dos fatores a contribuir para o crescimento da infertilidade em todo o mundo.

Em relação aos homens, vale dizer que, apesar de não haver um relógio biológico, com o passar dos anos e os hábitos de vida cada vez menos saudáveis, diversos estudos já mostram uma queda considerável na fertilidade masculina.

Pensando em trazer até você informações valiosas sobre a fertilidade, reunimos aqui alguns fatos importantes e que talvez você não conheça.

É um erro achar que basta menstruar para engravidar

Crescemos com medo da gravidez na adolescência ou da gravidez não planejada. E assim, aprendemos muito pouco sobre como, de fato, funciona o nosso sistema reprodutivo. Aprendemos que basta menstruar para engravidar.

No entanto, ninguém nos contou que, na mulher, existe algo chamado “reserva ovariana”, que é um estoque de óvulos que já nasce com ela, não é renovável e vai se perdendo a cada mês.

Para termos ideia, ao nascer, uma menina tem cerca de 3 milhões de óvulos. Já na primeira menstruação, boa parte deles foram absorvidos pelo organismo e restam cerca de 300 mil folículos (as “casinhas” que abrigam os óvulos).

Para que aconteça o amadurecimento de um folículo ao mês, que resultará na ovulação, cerca de mil folículos são dispensados, passando por morte celular e absorvidos naturalmente pelo organismo.

Sendo assim, especialmente após os 35, 36 anos, restam nos ovários uma pequena parte dos óvulos e a qualidade deles não é a mesma de um óvulo de 25 anos, por exemplo. Isso explica porque o número de perdas gestacionais aumentam cerca de 40% após os 35 anos: óvulos com menos qualidade produzem embriões inviáveis, que são dispensados pelo organismo.

Nem todas as causas de infertilidade podem ser evitadas, no entanto, o diagnóstico precoce sempre irá aumentar as chances de conseguir bons resultados com tratamentos mais simples.

Para prevenir, as mulheres podem realizar exames periódicos que avaliam sua reserva ovariana a partir dos 30 anos. Serão exames simples de dosagem hormonal (antimulleriano e FSH) e ultrassonografia transvaginal.

Se você já está tentando engravidar há 1 ano e nada aconteceu, considere a infertilidade

Esse prazo é recomendado para mulheres que têm menos de 35 anos. Para as que têm mais, o ideal é procurar um especialista em fertilidade para iniciar a investigação a partir de seis meses de tentativas, afinal, como falamos acima, tempo é óvulo.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS) a partir de 12 meses de tentativas sem sucesso, já é caracterizada a infertilidade. E pode parecer algo distante, mas é muito mais comum do que se imagina.

Os últimos dados da OMS mostram que 1 em cada 6 pessoas no Mundo são inférteis. Isso representa cerca de 17,5% dos adultos ou 50 a 80 milhões de pessoas! Só no Brasil são 8 milhões de pessoas inférteis. Daria o estado do Ceará inteiro! Muitas delas irão precisar da ajuda da medicina reprodutiva para otimizar as chances de gravidez.

A infertilidade atinge igualmente homens e mulheres

Apesar de quase sempre a narrativa da infertilidade estar voltada às mulheres, os homens estão cada vez menos férteis. Recente estudo publicado pela revista americana Fertility and Sterility apontou que a infertilidade afeta entre 15 a 20% dos casais em todo o mundo.

Estatisticamente, cerca de 40% dos casos tem um fator feminino, outros 40% masculino e em 20%, o casal tem alguma dificuldade. Numerosos estudos também relacionaram o aumento da exposição à poluição a parâmetros de sémen alterados, incluindo maior fragmentação e problemas do DNA do esperma, menor morfologia e motilidade e níveis alterados de hormônios reprodutivos.

Uma das autoridades no assunto, a epidemiologista ambiental e reprodutiva Shanna Swan, em um de seus estudos mais conhecidos, analisou a fertilidade masculina nas últimas quatro décadas.

Após analisar 185 estudos envolvendo quase 45 mil homens saudáveis, ela e sua equipe concluíram que a contagem de espermatozoides entre os homens nos países ocidentais caiu 59% entre 1973 e 2011. Os estudos renderam o livro “Count Down”, traduzido para o português “Contagem Regressiva”, que reúne dados importantíssimos sobre a queda da fertilidade em todo mundo.

Endometriose está entre as principais causas de infertilidade feminina

Atualmente temos ouvido mais sobre a endometriose, que tem relação com a infertilidade porque causa um quadro inflamatório, além de poder alterar a anatomia das tubas uterinas, impedindo o encontro do óvulo com o espermatozoide. Isso não significa, no entanto, que toda pessoa com endometriose terá problemas para engravidar.

De acordo com dados do Ministério da Saúde, a endometriose atinge cerca de 8 milhões de brasileiras e, dessas, 10% estão em idade reprodutiva e de 30% a 50% apresentam infertilidade. Além disso, os fatores ovulatórios estão entre os que podem impedir que a gravidez aconteça, caso da Síndrome dos Ovários Policísticos e das alterações da tireoide, por exemplo.

Baixa reserva ovariana também faz parte dos motivos pelos quais as mulheres têm dificuldade para engravidar, apesar de não ser sinônimo de infertilidade, afinal, existem mulheres que mesmo com baixa reserva engravidam naturalmente.

Nos homens, a principal causa de infertilidade é a varicocele

A principal causa que leva a alteração da quantidade e qualidade dos espermatozóides é a varicocele, uma dilatação das veias do testículo, que acabam aumentando a temperatura e isso faz com que a qualidade dos espermatozoides sejam prejudicadas.

Infecções e uso desenfreado de testosterona também estão entre os fatores de infertilidade masculina. Tanto em homens quanto em mulheres, os fatores relacionados ao estilo de vida podem impactar a fertilidade: obesidade, excesso de açúcar e ultraprocessados, sedentarismo, tabagismo e exposição às toxinas são os vilões modernos da fertilidade.

Foto: freepik.com.

O uso de anticoncepcional não preserva os óvulos

É comum o pensamento que os óvulos possam estar preservados durante os anos de anticoncepcional em que não houve menstruação. No entanto, nada impede o processo de morte celular dos óvulos.

Tendo ou não ovulação, os folículos são dispensados pelo organismo. Logo, é um mito achar que o anticoncepcional preserva ou aumenta o tempo de vida fértil, adiando a menopausa, por exemplo.

Ficar deitada ou de pernas pra cima após as relações sexuais não aumenta as chances de engravidar

No máximo, o que vai acontecer é uma cãibra! Apesar de ser um hábito muito comum de mulheres que estão em busca da gravidez, não existe qualquer evidência científica que mostre a eficiência dessa prática.

A ideia é que ao ficar nesta posição haveria o favorecimento da entrada de espermatozoides no canal vaginal e, com isso, alcançariam com mais rapidez o óvulo na tuba uterina.

A Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva (ASRM) publicou um parecer a respeito da otimização da fertilidade natural, em que confirmam que posições sexuais específicas não têm impacto na fecundação.

Isso porque as características da anatomia feminina e do líquido seminal reúnem as condições para que a concepção aconteça sem necessidade de nenhuma alternativa extra.

Os espermas têm mobilidade própria e independentemente da força da gravidade, migram para dentro do útero logo que acontece a ejaculação. Daí o fato de não serem influenciados por qualquer tipo de posição corporal. E ao contrário do que muitos imaginam, a vagina não é um tubo aberto que se fecha após a retirada do pênis.

Por mais que a mulher se levante ou fique em outra postura, o que vaza é o excesso e não o que já migrou para o útero. Aliás, uma curiosidade: no útero, cabe 0,5 ml de líquido e o homem, normalmente, ejacula de 2,5 a 3,5 ml, ou seja, pelo menos cinco vezes mais!

Congelar óvulos não é um “seguro-gravidez”

Dados da Rede Latino-americana de Reprodução Assistida (REDLARA), que tem no Registro Latino-Americano o compilado de pelo menos 200 centros de reprodução em 16 países, mostram que entre os anos de 2017 e 2020 houve um crescimento de 64% de congelamento de óvulos no Brasil.

Apesar de, atualmente, o congelamento de óvulos ser o que temos de mais eficiente para conter seu envelhecimento e, assim, otimizar as chances de gravidez no futuro, isso não significa um “seguro-gravidez”. Isso porque não há nada que preveja a qualidade desses óvulos.

Para saber a qualidade é preciso colocar os óvulos “para jogo”, ou seja: unir ao esperma para formar o embrião. Então, o ponto mais importante para quem está pensando a respeito do assunto é entender que tudo é sobre chances e nada é sobre certezas.

Além disso, vale lembrar que para uma gravidez acontecer são necessários não apenas bons óvulos, mas também espermas, o endométrio e o ambiente uterino em geral. Então, avalie bem todos os dados, alinhe suas expectativas e tome a decisão que traga tranquilidade ao seu coração.

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