
Maratonistas e triatletas: atenção com o seu coração

Maratonistas e triatletas: atenção com o seu coração
Atletas amadores de alta resistência precisam de cuidados extras para prevenir riscos cardiovasculares


De um lado, sedentários convictos; de outro, atletas amadores altamente competitivos. Atenção: todos, incluindo os atletas menos arrojados e os esportistas de fim de semana (que entram na coluna do meio) precisam prestar atenção aos sinais que vêm do coração.
No último episódio da série especial “Saúde do coração: combatendo o infarto e o AVC”, converso sobre atletas “faca na caveira” com o cardiologista também “faca na caveira” Marcelo de Moura, da Care Club. Tanto o médico como seus pacientes costumam treinar pesado para provas de resistência, como maratonas e triatlon de diferentes níveis e distâncias. Ele explica quais são as particularidades exigidas para quem costuma levar seu corpo ao limite – ou além dele.
“A atenção com esses atletas tem de ser um pouco mais regular, com alguns exames específicos, porque a demanda desse sistema cardiovascular, desse coração, é muito maior do que o de um praticante de atividade física leve. Muitas vezes esses atletas já fazem Ironman, maratona, e acham que estão saudáveis por serem atletas. Mas é aí que mora o erro: é importante fazer acompanhamento periódico pelo menos uma vez por ano, principalmente depois dos 35 anos, porque podem existir patologias que vão sendo adquiridas com o passar do tempo”.
Segundo o médico, mesmo que não haja nenhum tipo de sintoma, que o atleta não sinta nada, é fundamental passar pelos exames de rotina. “Esses atletas de alto rendimento precisam ter um acompanhamento com um cardiologista ou com um médico da área para que sejam submetidos a alguns exames específicos. Exemplos: teste de esforço, ecocardiograma, exames laboratoriais e até mesmo os mais específicos como tomografia de coronárias ou ressonância cardíaca a depender do caso. É super importante que esses atletas de alta intensidade, de alta demanda, façam um acompanhamento regular”.
Para quem se exercita muito e já teve ou tem algum problema no coração, também é preciso redobrar a atenção, explica Marcelo de Moura. “Só o seu cardiologista ou profissional da área médica poderá quantificar e qualificar o tipo de atividade física que você poderá fazer. Mesmo para quem já teve eventos cardiovasculares – seja AVC, infarto ou outra patologia cardiológica -, muitas vezes o exercício faz parte do tratamento. Porém, infelizmente, existem algumas condições, algumas doenças específicas, em que a prática de exercício não é indicada. Isso difere para cada doença, para cada situação, para cada paciente”. O mais importante, lembra o cardiologista, é que o paciente não tire conclusões sozinho e passe a ter medo de se exercitar. “Na maioria dos casos você vai poder se exercitar, inclusive o exercício vai fazer parte do seu tratamento. Fundamental é que você seja orientado por um profissional da área, capacitado, que vai poder explicitar melhor o que você pode e o quanto pode fazer”.
Além dos exames de rotina, controlar o estresse e cuidar de forma atenta da cabeça e das emoções também é essencial. “O que acontece é que o estresse, as cobranças e as preocupações acabam sendo um fator de risco para a saúde, para o desenvolvimento de várias doenças, não só cardiovasculares, mas também oncológicas, imunológicas e outras. Então é super importante o controle do estresse, ter um sono regular, alimentação balanceada, além do controle de outros fatores de risco (como diabetes, hipertensão, sedentarismo)”.
O mais importante de tudo, lembra Marcelo de Moura, é que a gente faça tudo o que está ao nosso alcance para preservar a nossa saúde. “Nada nos garante que seremos mais longevos, mas acho que a grande intenção aqui é vivermos o tempo que for com qualidade de vida. Para isso você precisa ter um acompanhamento médico periódico e praticar atividade física regularmente. Os benefícios são vários. Vamos nos mexer!”.
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SERVIÇO:
Você pode conferir a série especial no ar, às 5h55 da manhã, no site e no canal da Novabrasil, e também no meu canal e nas minhas redes sociais:
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