Inês de Castro: “Quando é que a gente fica velho”
Inês de Castro: “Quando é que a gente fica velho”
Muito além dos marcadores biológicos, a velhice também pode ser definida através do estado de espírito de cada um
Eu não sou velho… eu não me sinto velha…
Afinal de contas, quando é que a gente fica velho?
Pra mim, existe um marcador que define a velhice e ele tem a ver com o nosso estado de espírito e de ânimo.
Quem, costumeiramente, usa essa expressão “no meu tempo…” tende a ser – ou parecer – uma pessoa mais velha. O passado pode ter sido lindo e glorioso, mas ele não existe mais.
Só que, quando esse passado ganha importância sobre aquilo que se tem de fato, que é o presente, o nosso cérebro entra numa espécie de estágio nostálgico que pode acionar mecanismos depressivos.
Eu não estou dizendo que é para apagar a memória, nem que a gente deva deixar de lado as boas lembranças; não é nada disso.
Até porque, o que nós vivemos, o que nos trouxe até aqui, foi a nossa história. Nós somos produto do que experimentamos até aqui.
O que nos coloca em “estado de velhice”, se é que se pode qualificar dessa forma, é dar mais espaço aos pensamentos e sentimentos que se referem ao passado em detrimento dos atuais, esses que nos colocam no momento presente.