Inês de Castro: “Mais velho? Idoso? Maduro? O que você prefere?”
Inês de Castro: “Mais velho? Idoso? Maduro? O que você prefere?”
Temos tanto incômodo com a palavra velho que ficamos em busca de um termo para substituir aquilo que temos medo de aceitar: a velhice
Quando estava vivo, o escritor Rubem Alves me disse: “maduro é árvore. Eu sou é velho”. Numa entrevista, a escritora Lia Luft me declarou: “esse negócio de melhor idade é ridículo. Eu sou é velha”.
A consultora de moda Gloria Kalil postou um vídeo dizendo que prefere dizer “mais velho” no lugar de apenas “velho”, porque, para ela, o termo parece mais elegante.
E finalmente um consultor de carreiras me acusou de ser agressiva por ter dito que depois dos 60 somos velhos. Segundo ele, velhice não existe.
Quantos problemas nós temos com a palavra velho.
E como nós nos sentimos ofendidos ao sermos classificados como velhos, não é?
Ninguém que tenha 26 anos se sente agredido se for chamado de jovem.
Mas nós, aos 60, renegamos a conquista de termos vivido tanto, a jornada de uma vida toda, o grande alcance que é a velhice. Infelizmente nós ainda preferimos quando nos dizem: nossa, 60? Nem parece.
Deveríamos, isso sim, ostentar orgulho por cada dia vivido. Foi uma grande conquista.