
Inês de Castro: “Filho não é para cuidar de ninguém”

Inês de Castro: “Filho não é para cuidar de ninguém”
Ter um filho acreditando que ele vai cuidar de você na velhice é, no mínimo, um projeto de vida arriscado e pode ser também muito frustrante

“Eu me arrependo de não ter tido um filho porque hoje ele estaria cuidando de mim. No mínimo, eu teria alguém para se preocupar comigo”.
Caiu mal, mas foi tremendamente honesta a fala da atriz. Ela é uma mulher linda que está profundamente ressentida com a chegada da velhice e, agora, tem medo de ficar sozinha, sem ninguém que cuide dela.
Pensar em filho como um projeto particular para o futuro, a garantia de um cuidador para quando envelhecermos e precisarmos de atenção, é, no mínimo, muito arriscado. E com altíssimo potencial de frustração.
Quem disse que o filho vai querer cuidar do pai ou da mãe? Ou vai ter tempo para isso? Será que vai ter dinheiro, disposição ou saúde física e mental? Além do mais, pensa comigo: é justo cobrar que uma pessoa deixe de viver a própria vida para se dedicar aos cuidados com outra pessoa?
Eu sei que esse tema envolve muitos aspectos e muitos afetos também, o que deixa tudo bem mais complicado.
Mas uma coisa é certa: a melhor poupança que podemos fazer para a nossa própria velhice é investir no autocuidado ao longo da vida e, se possível, numa reserva financeira para, em última instância, comprar os produtos e serviços que possam nos atender nessa fase da vida.