Inês de Castro: “A auto-reflexão é fundamental”

Ginástica para o cérebro, exercícios para a memória, dietas para evitar a flacidez, atividade física para evitar as perdas óssea e muscular, cursos para estimular a socialização.

A gente se apega a tudo que nos dizem que pode prolongar a nossa vida, que vai nos fazer viver bem e felizes até os 100 anos. Ou mais que isso.

Só estamos esquecendo de nos perguntar o que, entre todas essas opções, faz sentido na nossa vida. Porque se tem uma coisa realmente importante no amadurecimento, uma daquelas conquistas que a gente precisa valorizar, é o nosso poder de escolha. E a escolha só faz sentido se ela se encaixar na pessoa que nós somos. Ou, melhor dizendo, na pessoa em quem nós nos transformamos.

Esse é o ponto interessante ao qual prestar atenção. Nós estamos muito acostumados a “conversar” com o espelho em busca de uma nova ruga, para ver se a barriga ficou mais saliente, para fazer um check-list na incômoda flacidez instalada no nosso corpo ou para saber se apareceu mais uma mecha de cabelo branco.

Mas quantos e quantas de nós promovemos a auto reflexão com o mesmo rigor com perguntas como: do que eu gostava e não gosto mais? Que amigo ou amiga foi importante na minha vida (e por quê) e agora não faz mais sentido? Quais sonhos eu tenho para realizar e quantos eu deixei para trás e já não sinto falta? Qual projeto de vida me deixa feliz e, por isso, é atrás dele que eu devo ir?

Essa é a avaliação que interessa na fase madura da vida porque, ao encontrar essas respostas, a gente se redefine e descobre o sentido que importa para continuar daqui pra frente.