
Vanessa Pedrosa: Aprendendo a falar o idioma das culturas

Vanessa Pedrosa: Aprendendo a falar o idioma das culturas
Como navegar pelas diferenças culturais no mundo globalizado, agregando conhecimentos que fortalecem relações pessoais e profissionais

Hoje eu falo com vocês diretamente da Croácia. Nessa semana tive uma maratona entre Áustria e Croácia onde estou discutindo temas sobre comunicação profissional. Quero compartilhar algumas observações que podem ser valiosas para seu dia a dia.
Vivemos em um mundo globalizado, onde interagimos com pessoas de diversos lugares tanto presencialmente quanto virtualmente. Isso nos obriga a aprender mais sobre nós mesmos e sobre as diferenças culturais existentes. Quanto mais compreendemos essas diferenças, melhor nos relacionamos com o próximo.
Vamos explorar algumas características fundamentais das culturas brasileiras e de vários países europeus. No Brasil, há uma forte ênfase nos relacionamentos pessoais. A comunicação tende a ser mais informal e aberta, facilitando a criação de confiança e vínculos duradouros. As reuniões costumam começar com um bate-papo descontraído, o que pode parecer estranho para aqueles acostumados a um ambiente mais formal. Por outro lado, em países como Alemanha e Reino Unido, a comunicação é mais direta e focada em resultados, refletindo-se em reuniões estruturadas e com agendas definidas.
Um ponto importante a considerar é o conceito de culturas de alto e baixo contexto. O Brasil é uma cultura de alto contexto, onde a comunicação não verbal e os relacionamentos desempenham papéis muito relevantes nas interações profissionais. Grande parte do significado está ‘nas entrelinhas’, o que nos obriga a captar informações não ditas, incluindo hierarquia, tom de voz e postura. Isso é o verdadeiro significado de alto contexto.
CONFIRA ABAIXO:
Muitas mensagens não são ditas, estãço implícitas e o interlocutor precisa estar atento a elas. Já em muitos países europeus, como a Alemanha e nos Países Nórdicos, prevalecem culturas de baixo contexto. Nelas, a comunicação é explícita e direta, com ênfase em palavras e escritas para uma explicação clara. Por exemplo, no Brasil, alguém que não gostou de um trabalho pode usar diversas estratégias para expressar isso indiretamente, enquanto na Alemanha a rejeição é comunicada de forma direta e não pessoal.
Apesar dessas diferenças culturais, precisamos sempre nos esforçar para sermos sempre claros, objetivos e flexíveis às exigências de nossa cultura. A precisão na comunicação nos coloca em vantagem, tanto profissionalmente quanto em termos de eficácia.
Outro aspecto relevante é o Estilo de Comunicação. A formalidade no Brasil é abordada de forma mais casual, e títulos e linguagem formal não são aplicados tão rigidamente. Isso contrasta com a Alemanha, onde a formalidade ainda predomina em ambientes profissionais. Além disso, algumas culturas baseiam-se firmemente na confiança pessoal, enquanto no Brasil, infelizmente, a desconfiança ainda é um obstáculo maior.
Você pode se perguntar: “Como posso começar a entender e a me adaptar a essas diferenças culturais?” Primeiro, por meio da pesquisa e da conversa. Em algum momento, todos podemos precisar interagir com estrangeiros no trabalho. A educação sobre as práticas culturais de onde atuamos pode evitar mal-entendidos. Conversar sobre as diferenças e como nos adaptamos aos outros é sempre benéfico.
Para concluir, compreender as diferenças culturais nos abre para métodos de comunicação mais eficazes, tornando-nos comunicadores versáteis e capazes de formar relações respeitosas e fortes com colegas de diferentes culturas. Nesse cenário global, isso é uma grande vantagem social, cultural e profissional.