Vacina e exames previnem o HPV
Vacina e exames previnem o HPV
Vírus é responsável por 99% dos casos de câncer de colo do útero
O HPV é responsável por 99% dos casos de câncer do colo do útero e a doença é a segunda que mais mata mulheres jovens entre 20 e 49 anos. A boa notícia é que existem vacinas e exames simples de rotina que previnem, tratam e curam. A má notícia é que o tema ainda é tratado com desinformação, preconceito e tabu. Uma pesquisa realizada pelo Instituto Ipsos a pedido da farmacêutica MSD mostra que 71% das pessoas já ouviram falar sobre HPV, mas apenas 43% delas conhecem o vírus e receberam orientações sobre prevenção.
Para a médica ginecologista do Comitê Olímpico Brasileiro, Dra. Tathiana Parmigiano, ainda há um gargalo importante na comunicação. “É difícil entender que ainda aconteça uma doença tão grave como o câncer de colo do útero, causada 99% dos casos por um vírus que a gente conhece, e ainda por cima que a gente lance mão de uma vacina capaz de prevenir de maneira tão eficaz, assim como as consultas médicas com exames para diagnóstico precoce. A gente ainda peca na informação. Mulheres e homens devem ser informados cada vez mais sobre a possibilidade de prevenção e de cura. E isso independe de classe social: informação tem de chegar pelas diferentes maneiras; só assim a gente vai mudar o curso da doença”, diz. Além da falta de informação, o preconceito também atrapalha bastante. A vacina contra o HPV é indicada para crianças do sexo feminino e masculino a partir dos 9 anos de idade, mas muitos pais se recusam a imunizar seus filhos por acharem “precoce”. A oncologista Márcia Datz Abadi, diretora médica da MSD no Brasil, explica porque a vacinação deve começar ainda na infância. “A vacina contra o HPV está disponível para meninas e meninos a partir dos 9 anos e o ideal é que todos se vacinem até os 14 anos para ter maior imunidade. Estudos mostram que a proteção é maior no começo da adolescência, antes do início da vida sexual. Quando nunca se teve contato com o vírus, a proteção é maior, a imunidade se eleva”. Isso não quer dizer que quem tem vida sexual ativa e ainda não tomou a vacina não deva se imunizar, reforça a médica: “Quanto maior a proteção, maior a cobertura vacinal, melhor! Individual e coletivamente”.
Além do preconceito, notícias falsas também acabam contribuindo para uma lacuna perigosa no calendário de imunização. “Não estamos falando de vida sexual. Nenhuma vacina vai iniciar a vida sexual de ninguém. Estamos falando de proteção, de prevenção contra um câncer. E não estamos falando apenas do câncer de colo do útero, causado em 99% dos casos pelo HPV. Estamos falando de prevenção a diversos tipos de câncer HPV relacionado: vagina, vulva, ânus, cabeça e pescoço, e a uma série de outros que são relacionados ao contato mais íntimo de uma pessoa com a outra”, diz a oncologista.
A ginecologista complementa: “A educação sempre tem de ser preconizada e, sem dúvida, não acontece só na escola: está em casa e aqui com a gente, médicos. Faz parte de toda a consulta você educar o seu paciente, transmitir informações. No meu caso, como trato de mulheres, é ainda mais importante. A partir do momento em que a gente tem autoconhecimento, entende como o corpo funciona, quais são os limites – até para prevenir de abuso e assédio -, a gente está salvando. A gente está trocando e levando maturidade às mulheres para que elas conheçam os seus corpos”, afirma Tathiana Parmigiano. A médica aproveita para fazer outro alerta: “Uma outra coisa muito importante que temos de tomar cuidado é com preconceitos. Infelizmente, mulheres homoafetivas, por vezes, acham que não precisam passar por consultas, exames ou orientações como as heterossexuais. Não pode existir preconceito na medicina, senão falhamos na educação, na informação, e, no fim das contas, falhamos nos cuidados dessas mulheres”.
Para reforçar a importância da vacinação e principalmente disseminar a cultura da prevenção, a MSD lançou neste ano a campanha HPV Pode Acontecer. Algumas das peças publicitárias são estreladas por atletas olímpicas que contam sobre a importância de prevenção de forma geral, em termos de saúde, sendo reforçadas com todo o conhecimento técnico da médica do Time Brasil, Dra Tathiana Parmigiano, no que diz respeito à prevenção do HPV e do câncer do colo de útero.
A vacina quadrivalente contra o HPV está disponível no SUS para meninas e meninos de 9 a 14 anos, para transplantados, para pacientes oncológicos em uso de quimioterapia e radioterapia; para pessoas que têm HIV e AIDS e para vítimas de violência sexual. Na rede privada todas as pessoas podem ser imunizadas e já há a vacina nonavalente, que protege contra os nove tipos mais comuns de HPV.
Câncer de colo do útero mata, mas é de fácil prevenção. Assista à entrevista com a ginecologista Tathiana Parmigiano.
Vacina contra HPV previne vários tipos de câncer. Assista à entrevista com a oncologista Márcia Datz Abadi.