
Diabetes, hipertensão e estresse aumentam as chances de infarto e AVC

Diabetes, hipertensão e estresse aumentam as chances de infarto e AVC
Novo episódio da série especial “Saúde do Coração: combatendo o infarto e o AVC” detalha o papel das doenças crônicas não transmissíveis na saúde cardiovascular


As chamadas doenças crônicas não transmissíveis são responsáveis por mais de 70% das mortes no Brasil. Entre elas estão, por exemplo, hipertensão arterial, diabetes, obesidade e câncer.
O que os médicos nos explicam é que a vida frenética, o excesso de comida e bebida, a falta de sono, o estresse, a dependência de drogas lícitas e ilícitas, o sedentarismo, o isolamento social e tantos outros aspectos da vida moderna desenfreada estão adoecendo cada vez mais rápido a população de todo o mundo. A boa notícia é que a adoção de hábitos saudáveis pode melhorar esse cenário.
“Temos uma frase muito boa que vem de 400 antes de Cristo, do filósofo Aristóteles, que dizia que ‘a virtude está no meio’; é o princípio da moderação. E o que vemos hoje é que as pessoas perderam um pouco a medida da moderação, a medida do equilíbrio”, diz o Prof. Dr. Álvaro Avezum, head do Centro Especializado em Cardiologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.
Para o médico e pesquisador, as pessoas precisam focar em pilares de saúdes física, mental, espiritual e social. “Sem termos a integração de todas essas categorias não teremos a saúde desejada. Com isso, teremos um encurtamento da nossa expectativa de vida e a perda substancial da qualidade de vida.
Doenças cardiovasculares como infarto e AVC também entram na lista de doenças crônicas não transmissíveis e o que as pessoas precisam entender é que quanto mais fatores de risco acumularem, maiores as chances de adoecerem, comprometerem sua qualidade de vida e sofrerem mortes prematuras.
“Quando focamos nas doenças cardiovasculares, a pressão alta, o diabetes, o colesterol alterado e a obesidade abdominal são preditores independentes, ou seja, quando presentes, aumentarão as chances de qualquer indivíduo, de qualquer idade, ter infarto e AVC. Quando combinamos infarto, AVC e insuficiência cardíaca, que é a segunda maior causa de internação no Brasil, novamente a hipertensão aparece como preditor mais importante, seguida da obesidade abdominal, diabetes e colesterol alterado”, complementa o médico. Sedentarismo, tabagismo, estresse e depressão também estão associados a um adoecimento precoce da população.
O mais importante, reforça o médico, é que todos esses fatores são de fácil controle. “A doença cardiovascular é passível de prevenção e não obrigatoriamente a sociedade tem que ter infartos e AVCs. Dentro da área de prevenção, para evitarmos o adoecimento e a morte prematura, hoje conseguimos prevenir 90% de todos os casos de infarto e AVC, porque conseguimos identificar, prevenir e tratar os principais agentes de risco”.
A explicação para esse cenário dramático é o péssimo estilo de vida da população brasileira. “Estamos mais sedentários, consumindo alimentos mais calóricos, ainda temos taxas aumentadas de tabagismo, temos uma forte carga estressora e também de depressão e o enfrentamento negativo das situações adversas do cotidiano. Isso tudo posto, é uma questão de tempo para a pessoa desenvolver obesidade, hipertensão, diabetes, colesterol aumentado. E isso, continuadamente, levará à eclosão da doença cardiovascular e, muitas vezes, de casos de câncer”, diz o Prof. Dr. Álvaro Avezum.
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Ele gosta de usar o termo “longevitalidade” para convidar as pessoas a se cuidarem o quanto antes, garantindo não só saúde, mas autonomia, segurança e liberdade. O médico explica que quanto menos episódios de infarto, AVC e câncer, por exemplo, menor declínio cognitivo e, portanto, menores as chances de demência. Isso associado a dois outros fatores: aumento da autonomia, que é força muscular, e desfechos associados à espiritualidade.
“Ter um propósito de vida, ter satisfação com a vida, evitar o isolamento social, ter compaixão, disposição ao perdão, gratidão… Esses fatores impactam no aumento da expectativa de vida e na qualidade de vida. Pensar em saúde significa começar precocemente medidas preventivas em vez de focarmos exclusivamente em doença. A idade ideal é agora, o tempo ideal é agora, para todas as pessoas”, conclui e convida o cardiologista.
SERVIÇO:
Você pode conferir a série especial no ar, às 5h55 da manhã, no site e no canal da Novabrasil, e também no meu canal e nas minhas redes sociais:
Canal Corpo Cabeça Coração: https://www.youtube.com/@RenataVeneri
Instagram: https://www.instagram.com/rveneri/