Aplicativo ajuda a monitorar riscos de AVC
Aplicativo ajuda a monitorar riscos de AVC
“Riscômetro de AVC” é um aplicativo gratuito que alerta, informa e orienta as pessoas sobre prevenção, riscos e situações de emergência
O acidente vascular cerebral é a doença que mais mata no Brasil. São 400 mil novos casos por ano e a prevenção dos fatores de risco é a grande aliada para mudar essa triste realidade. Fazer exercício físico regular, por exemplo, reduz em até 36% as chances de uma pessoa sofrer um AVC, diz a médica Sheila Martins, chefe do serviço de Neurologia e Neurocirurgia do Hospital Moinhos de Vento, professora da Faculdade de Medicina da UFRS, neurologista coordenadora do programa de AVC do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, integrante da Rede Brasil AVC e presidente da Organização Mundial de AVC – a primeira mulher, brasileira e latino-americana a liderar a Organização.
“A gente ensinar para a população quais são esses fatores de risco e como fazer para modificá-los faz uma enorme diferença no número de casos de AVC. O que a gente tem recomendado é usar um aplicativo gratuito chamado ‘Riscômetro de AVC’, que foi desenvolvido na Nova Zelândia, mas que foi traduzido para o português, onde a pessoa calcula o seu risco de ter um AVC a partir de algumas perguntas que ela responde. A partir disso vai vir uma lista dos seus fatores de risco e como modificar um por um. Ela também pode receber mensagens para lembrar de fazer atividade física, parar de fumar, se alimentar melhor”.
Além de ser uma excelente e importante ferramenta de autocuidado e conhecimento, explica a médica, o aplicativo também está sendo usado em uma grande pesquisa em todo o país e terá um impacto populacional enorme que irá ajudar a combater a doença.
Segundo a neurologista, a pandemia de Covid-19 desorganizou toda a rede de serviços de AVC para o atendimento de urgência, mas acredita que esses desafios poderão ser superados. “O que pode ser feito? A organização de atendimento de urgência em serviços de AVC com unidades de AVC, equipe multidisciplinar treinada para o tratamento desses pacientes e implementação de procedimentos como a trombólise endovenosa (medicação na veia que vai pela circulação e desentope a circulação cerebral entupida) e a trombectomia mecânica (tratamento para os AVCs mais graves que não respondem ou que respondem apenas parcialmente à trombólise endovenosa). Isso pode diminuir a mortalidade e as sequelas dos nossos pacientes”, diz.
Sheila Martins também chama atenção para o aumento dos casos de AVCs em jovens. “Temos visto fatores de risco de estilo de vida muito mais frequentes em jovens agora: obesidade, sedentarismo, alimentação não saudável, abuso de álcool, fumo, depressão e estresse. Esses fatores aumentam também o risco em pessoas mais jovens e isso vem crescendo nos últimos anos”. A médica também lembra que o AVC é mais comum nos homens, porém, como a expectativa de vida das mulheres é maior, e como elas passam pela menopausa, os riscos do AVC passam a ser iguais para eles e para elas.
Além de todo o drama físico, mental e emocional, o acidente vascular cerebral traz prejuízos sociais e financeiros devastadores. “O peso financeiro é enorme! Não apenas o peso social de tirar a pessoa da sua família, da sua vida, mas também para o sistema público de saúde. Esses pacientes têm mais tempo de internação, gastam mais recursos, não voltam ao trabalho, reinternam mais… E, frequentemente, algum familiar também precisa parar de trabalhar para cuidar da pessoa com sequelas. O custo para a saúde pública é enorme e se a gente tratar melhor esses pacientes, diminuindo as sequelas, a gente vai diminuir enormemente o custo do AVC no B Brasil”.
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SERVIÇO:
Você pode conferir a série especial no ar, às 5h55 da manhã, no site e no canal da Novabrasil, e também no meu canal e nas minhas redes sociais:
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