A relação direta entre saúde mental e saúde do coração

Estresse e ansiedade são fatores de risco muito importantes para doenças cardiovasculares – e as mulheres têm sofrido muito com isso

40% das mortes no mundo têm relação direta com o coração e o estresse, a ansiedade e a depressão têm tudo a ver com doenças cardiovasculares. Ritmo frenético, pressão no trabalho, preocupação com filhos, insatisfação com a vida cotidiana têm levado muita gente a sofrer as consequências no corpo.

Para o médico Gilberto Ururahy, especialista em medicina preventiva, diretor médico do MED-Rio Check-up e autor dos livros “Como se tornar um bom estressado”, “O cérebro emocional” e “Emoções e saúde”, é impossível dissociar corpo, cabeça e coração: “O homem é corpo e alma, físico e emoção. Tudo o que impacta no nosso emocional o corpo sente, inclusive o coração, que acaba absorvendo as emoções negativas do cotidiano. 40% das mortes no mundo têm relação direta com o coração e o estresse é o grande vilão”.

Dr. Ururahy chama atenção para o adoecimento cada vez mais comum entre mulheres. E entre mulheres jovens. “Em 1990, quando começamos a atender, para cada 9 infartos, 1 era em mulher. Hoje, para cada 2, 1 é em mulher. Está havendo uma epidemia de infarto do miocárdio em mulheres jovens. Elas fumam mais, bebem igualmente, dormem mal, assume várias funções em seu cotidiano, são donas de casa, cuidam dos filhos, têm seus trabalhos, MBAs, bancos escolares… e com isso o estresse aumenta muito no seu cotidiano das mulheres. Além disso, na pós-menopausa, elas não têm mais os hormônios sexuais femininos que as protegiam das doenças coronarianas. Somos todos produtos do mundo em que vivemos. Excesso de peso corporal, sedentarismo e insônia têm gerado muitas baixas na população feminina”, explica.

O médico repete o que todos os outros que já passaram pelos nossos microfones já disseram: o caminho para preservar o coração e a saúde de forma geral é a adoção de um estilo de vida saudável. “E isso deve começar desde cedo, com a educação dos nossos filhos. Fazendo isso, estaremos fechando os caminhos para o desenvolvimento de doenças crônicas”.

E para você que foge de exames de rotina como o diabo foge da cruz, aqui vai um recado: “Muitas vezes uma pessoa toma a atitude de realizar um check-up médico depois de perder um ente querido, e normalmente por doença fulminante. Temos observado em nossos exames do cotidiano um aumento enorme de câncer e de doenças coronarianas em pessoas cada vez mais jovens. A saúde é o combustível da vida e sem ela não se vai a lugar nenhum”.

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