No dia de hoje, se ainda estivesse vivo, Tim Maia estaria completando 79 anos!

Sebastião Rodrigues Maia – um dos maiores ícones da nossa música brasileira, dono de uma musicalidade e potência vocal sem igual, de voz plena e rasgada, interpretação forte e potente – nasceu no dia 28 de setembro de 1942, no bairro da Tijuca, Rio de Janeiro.

Cantor, compositor, instrumentista e produtor musical, foi responsável por introduzir principalmente o soul, mas também o funk e o R&B na música popular brasileira. Sua música traz uma maravilhosa fusão entre ritmos brasileiros e norte-americanos, como – por exemplo – a união do baião com o soul.

Preparamos uma lista com 10 curiosidades sobre o eterno síndico do Brasil, nesta data especial:

1 – Tim teve uma infância bem humilde e vendia marmitas com a família no bairro da Tijuca, zona norte do Rio de Janeiro, onde nasceu. Era conhecido como Tião Marmiteiro.

2 – Era amigo de infância de Erasmo Carlos, para quem Tim ensinou os primeiros acordes no violão. Foi junto com Erasmo, na juventude, que começou a frequentar o famoso Bar do Divino, na Tijuca, onde também conheceu Roberto Carlos, com quem formou sua primeira banda profissional: The Sputniks.

Roberto e Tim tiveram um desentendimento quando a banda terminou, mas anos depois retomaram a amizade, quando Tim compôs o grande sucesso Não Vou Ficar para Roberto Carlos lançar.

3 – Outro apelido de Tim Maia foi Babulina. Em uma época em que o rockabilly estava em alta, Tim tocava e cantava a famosa canção de Ronnie Self, Bop-a-Lena, com um inglês arranhado que fazia com que parecesse que estava pronunciando Babulina.

O que ele não esperava é que outro jovem talento da música carioca – que também frequentava o Bar do Divino – tivesse o mesmo apelido e pelo mesmo motivo: Jorge Ben Jor. Não demorou muito para os dois Babulinas se tornarem grandes amigos!

4 – Tim Maia conseguiu ir para os Estados Unidos – onde teve o primeiro contato com a gravadora Motown e com os gêneros musicais que depois apresentaria ao Brasil em suas canções – graças a uma missão que a Arquidiocese do Rio de Janeiro estava mandando ao país.

Depois que seu pai morreu, Tim havia vendido todas as suas coisas e pedido dinheiro emprestado para tentar juntar a quantia e realizar o seu grande sonho de conhecer os EUA, mas o valor ainda não era suficiente. Por ter sido coroinha na infância, na Igreja dos Capuchinhos, em seu bairro, Tim era muito querido pelo Frei Cassiano, que o ajudou a embarcar junto com os padres, sem precisar pagar a passagem.

5 – A revista Rolling Stone Brasil classificou Tim Maia como o maior cantor brasileiro de todos os tempos e o 9º maior artista da música nacional.

6 – Dono de uma personalidade única e forte, Tim Maia foi um dos primeiros artistas independentes do Brasil, lançando grande parte de suas músicas por meio da sua própria gravadora, a Vitória Régia Discos (antes chamada Seroma, união das sílabas iniciais de seu nome: SE-RO-MA).

7 – Em certa fase da carreira, Tim Maia passou a seguir a Cultura Racional: uma seita ou filosofia de vida, que levou também para a sua arte. Os discos Tim Maia Racional Vol. 1 e Vol. 2 (1975) são obras primas da MPB e mostram o cantor em plena forma vocal (tinha parado de beber, fumar, comer carne vermelha, só usava branco e todos da banda deveriam fazer o mesmo) e arranjos fenomenais.

Os discos da fase Racional, uma das mais produtivas de sua carreira, viraram artigos de colecionador, depois que o cantor descobriu que estava seguindo um guru e uma seita enganosos e passou a renegar os álbuns dessa fase: destruiu ativamente o material, proibiu seu relançamento e desencorajou regravações enquanto ainda estava vivo. Não adiantou. Músicas como Universo em Desencanto, Bom Senso, O Caminho do Bem e Imunização Racional (Que Beleza), que traziam os ideias da Cultura Racional em suas letras, estão entre os seus maiores sucessos.

8 – Ficou conhecido também como “Síndico”, apelido dado pelo amigo Jorge Ben Jor na música W Brasil, em que cita Tim Maia. Ben Jor disse que o Brasil estava vivendo um momento tão louco, que – se fosse um prédio – o síndico com certeza seria Tim Maia (que – acreditem ou não – chegou mesmo a ser síndico de um prédio em que morou).

9 – Tim Maia estava em cima do palco, prestes a começar a cantar, quando passou mal durante um show especial para a televisão, gravado no Teatro Municipal de Niterói. Ele teve que ser retirado às pressas por sua equipe e levado para o hospital com uma crise hipertensiva e um edema pulmonar. Ficou internado por alguns dias, até falecer por falência múltipla dos órgãos, aos 55 anos, em 15 de março de 1998.

10 – Além das suas canções icônicas, o Tim Maia nos deixou Léo Maia, seu filho e grande representante da música brasileira atual. Léo é filho de Geísa, uma das companheiras de Tim com outro homem, mas o artista resolveu assumir sua criação desde que o menino nasceu. Incrivelmente, Léo lembra muito o pai, física e musicalmente.

Depois, Tim teve outro filho com Geísa, o Carmelo. O cantor faz uma homenagem aos dois filhos na canção Márcio Leonardo e Telmo, no disco Tim Maia, de 1976. Ah, mais um grande artista na família: Ed Motta é sobrinho de Tim Maia, filho de sua irmã, Luzia.

A vida de Tim Maia virou filme (Tim Maia, 2014), livro (Vale Tudo: O Som e a Fúria de Tim Maia, 2007) e peça de teatro (Tim Maia, Vale Tudo: O Musical, 2011). Vale a Pena conferir a história desse grande artista brasileiro, eterno aniversariante do dia!